O centenário de nascimento do ex-governador de Pernambuco e ex-presidente do PSB, Miguel Arraes, será celebrado com uma série de eventos nos dias 13 e 14 de dezembro, em Brasília. Um dos principais líderes da esquerda brasileira, Arraes completaria 100 anos no próximo dia 15.
A programação começa na terça-feira (13), às 9h30, quando a Fundação João Mangabeira inaugura, com o apoio do Instituto Miguel Arraes, a exposição fotográfica Miguel Arraes 100 anos, no corredor de acesso ao plenário da Câmara dos Deputados. No mesmo dia, às 11h, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal realizam uma sessão solene conjunta para celebrar a memória do socialista.
A mostra fotográfica aborda a história de vida e a trajetória política do socialista, desde seu nascimento em Araripe (CE), passando por sua juventude na cidade do Crato (CE) e seu exílio na Argélia após o golpe militar de 1964. A exposição também resgata importantes iniciativas sociais de Miguel Arraes para o povo pernambucano, como o Chapéu de Palha, programa que empregava os bóias-frias em pequenas obras públicas durante as entressafras e o Acordo do Campo, que obrigou usineiros a respeitar os direitos trabalhistas dos canavieiros da Zona da Mata.
O PSB também realizará uma sessão solene em memória de Miguel Arraes durante abertura da reunião do Diretório Nacional do partido, na quarta-feira (14), às 9h, no Salão Azul do Hotel Nacional. No mesmo dia, às 20h, personalidades da política e artistas se reunirão em um ato político e cultural com show de Toquinho, Ivan Lins e Antônio Nóbrega, no auditório Planalto do Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
Doutor Arraes, como era carinhosamente chamado, nasceu em Araripe, interior do Ceará, e construiu sua trajetória política em Pernambuco. Teve sua vida pública marcada pelo compromisso com a redução das desigualdades sociais, a melhoria das condições de vida no campo, a conquista de direitos e a luta em defesa da democracia brasileira.
“Miguel Arraes foi um homem à frente do seu tempo. Dedicou a maior parte de sua vida para mudar a realidade do povo mais sofrido de Pernambuco e defender a democracia no Brasil. Sustentou a ideia de construirmos um projeto de nação. Por toda a sua vida, honrou a confiança do povo. Arraes faz muita falta neste momento”, afirma o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.
“Mas ele nos deixou suas ideias, sua visão de mundo, e seu exemplo como cidadão, homem público, dirigente partidário e líder político, e isso é o mais importante”, destaca.
Além de secretário da Fazenda de Pernambuco, sua primeira função pública, Arraes foi deputado estadual e federal, prefeito do Recife e governador por três mandatos. No dia 1º de abril de 1964, em sua primeira gestão, foi deposto pelos militares que inauguravam o período ditatorial no país, e preso em quartéis do Recife e da Ilha de Fernando de Noronha.
Em 1965, parte com a família para o exílio na Argélia, onde permanece por 14 anos. Em 1979, com a anistia, volta ao Recife, mas não desiste da política. Em 1982, é eleito deputado federal; em 1986, chega pela segunda vez ao governo de Pernambuco.
Filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), em 1990, se elege novamente deputado federal, desta vez com a maior votação proporcional do país. Em 1993, assume a presidência nacional do PSB, função que ocupou por 12 anos.
Em 1994, volta ao Palácio Campo das Princesas pela terceira vez. Em 2002, se elege para seu último mandato na Câmara dos Deputados.
Arraes morreu aos 88 anos, no dia 13 de agosto de 2005, no exercício do seu mandato no Congresso Nacional.
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Assessoria de Comunicação/PSB Nacional