Foto: Humberto Pradera

“Quando houver igualdade de oportunidades e de participação política e cultural entre homens e mulheres, a humanidade será mais feliz”, afirma o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, a respeito do Dia Internacional da Mulher, celebrado neste 8 de março.

Para Siqueira, a data é sempre uma oportunidade de celebrar avanços e de reafirmar a necessidade de construir uma relação de igualdade entre homens e mulheres, em todos os campos, o que é uma condição fundamental para um real avanço democrático.

“O déficit da presença feminina nos espaços de poder ainda é grande, mas o PSB busca contribuir para mudar essa realidade, sendo um instrumento efetivo na luta política em busca do empoderamento e da emancipação das mulheres”, afirma o socialista.

O 8 de março será marcado por atos em todo o país, promovidos por partidos políticos, organizações não-governamentais e movimentos sociais, em defesa de direitos, igualdade, e contra os retrocessos do governo de Jair Bolsonaro, principalmente nas áreas sociais e de direitos humanos.

O assassinato da vereadora Marielle Franco, impune há quase dois anos, também será lembrado nas ruas, que cobrarão justiça.

Igualdade no mercado

A maior igualdade de oportunidades no mercado de trabalho, defendida pelo presidente Carlos Siqueira, é objeto de estudo recente da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre a situação das mulheres no continente latino-americano.

O levantamento aponta que, nos últimos 30 anos, a taxa média de participação de mulheres com 15 anos ou mais no mercado de trabalho latino-americano aumentou 11 pontos percentuais, um ritmo superior ao de outras regiões do mundo.

No entanto, pondera o estudo, ainda existem grandes diferenças entre os países, tanto na taxa de crescimento quanto nos níveis alcançados de participação do trabalho feminino, e um atraso significativo em comparação aos países desenvolvidos.

Apesar de redução recente, persiste uma diferença considerável na participação de homens e mulheres no mercado de trabalho latino-americano, que era de 25,9 pontos percentuais em 2018, indicou a publicação.

“A região avançou em muitos dos fatores que impactam positivamente a decisão de participar do mercado de trabalho, como igualdade de acesso à educação, queda na taxa de fertilidade, maiores níveis de renda média e acesso a tecnologias que reduzem a quantidade de tempo necessária para realizar tarefas domésticas e melhorar os serviços de saúde reprodutiva. Também foram alcançados progressos em termos de direitos políticos e normas sociais”, afirma o documento.

“No entanto, ainda existem atrasos em algumas áreas que podem limitar o crescimento da participação do trabalho; isso inclui lacunas de gênero em termos de retorno esperado aos aspectos educacionais e culturais que favorecem o papel reprodutivo e do trabalho de cuidado das mulheres.”

As organizações das Nações Unidas afirmam que os setores e categorias que poderiam criar empregos de melhor qualidade estão perdendo terreno para setores nos quais prevalece a criação de empregos com condições de trabalho mais informais. Além disso, o salário real médio do emprego registrado e o salário mínimo real estão crescendo a uma taxa mais baixa do que nos anos anteriores.

As mulheres são as mais afetadas por essa tendência de menor geração de oportunidades, de maior informalidade e menores salários.

Participação política

Um dos principais déficits das democracias na América Latina ainda é da presença feminina nos diferentes espaços de tomada de decisão política.

Apesar de o número de mulheres no Congresso Nacional ter dobrado em 20 anos, o Brasil ainda ocupa a penúltima posição no quesito representação feminina em duas listas de 20 países.

Se comparado aos integrantes do G-20 e aos demais países latino-americanos, o Brasil se encontra na 19ª posição, com apenas 10,7% de mulheres no parlamento, de acordo com dados do Banco Mundial.

Dentre os membros do G-20, que reúne as maiores economias do mundo, o México é quem tem o maior porcentual de mulheres no parlamento: 48,2%. Na América Latina, dois países têm mais mulheres do que homens como parlamentares: Cuba e Bolívia. Quem perde para o Brasil é o Haiti, com pífios 2,5% de representação feminina.

A limitada presença feminina se repete também nos governos municipais na América Latina: a porcentagem de prefeitas não passa dos 20%, predominando em cidades de menor densidade populacional.

Assessoria de Comunicação/PSB Nacional