De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) há no Brasil 38,9 milhões de carros de passeio. Sem investimento em transporte público de qualidade e segurança para ciclistas, o número não para de crescer, principalmente nas grandes cidades. Com o intuito de chamar a atenção para o problema, o deputado federal José Stédile (PSB-RS) participou, nesta quinta-feira (22), Dia Mundial sem Carro, de um ato com ciclistas de Brasília.
O parlamentar, que sempre recorre à bicicleta para se locomover na capital, foi do seu apartamento, na quadra 202 Norte, até a Câmara dos Deputados, completando o percurso de 4 km. Além disso, passou pelo Museu Cultural da República, onde ciclistas do DF chamavam a atenção de motoristas para a data.
“Comparando com outros locais do país, Brasília é a cidade perfeita para pedalar. Temos ruas amplas e o clima é ameno. No entanto, ainda é preciso muito investimento em transporte público para mudar a cultura do cidadão e fazê-lo deixar o carro em casa”, pondera o deputado.
O incentivo à indústria automobilística em detrimento ao investimento em transporte público é a principal crítica que Stédile faz à política viária no país. “O Governo acabou de anunciar a isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) até 2016, abrindo mão de mais de 20 bilhões em impostos para incentivar a produção automotiva”, aponta.
Para o deputado, o investimento poderia ser usado para custear transporte público gratuito. “Se isso fosse investido nas ciclovias, vias e transporte gratuito, seria bem melhor aplicado”, considera.
O deputado defende o uso de ônibus e micro-ônibus como o principal veículo para compor a base do transporte público. “Ao contrário do metrô, o ônibus chega mais próximo às residências”, avalia. A bicicleta, neste sentido, se aliaria ao transporte público para diminuir o número de carros nas ruas. “Mas infelizmente, ainda não é seguro andar de bicicleta. Precisamos investir em fiscalização para mudar isso”, finaliza.