O ex-jogador e atual deputado Federal, Romário (PSB/RJ), se aposentou dos gramados, mas mostrou porque já foi considerado o melhor atacante do mundo. Durante a audiência pública da comissão especial responsável pela análise do Projeto da Lei Geral da Copa, nesta terça-feira (8), na Câmara, o deputado do PSB carioca lançou ataques precisos ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, e ao secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jéromê Valcke.
Logo no início da sessão, Romário disse não ter qualquer interesse em travar uma batalha pessoal contra a Fifa ou com a CBF, mas deixou claro que fará o máximo para fiscalizar os recursos públicos investidos na Copa do Mundo de 2014. “Fui eleito com milhares de votos para ocupar esta cadeira. Não tenho nada contra a Fifa ou contra a CBF mas, como deputado, tenho o dever de defender a soberania do meu país. Vou lutar até quando eu puder para que a Fifa não monte um Estado dentro deste Estado”, afirmou.
Com a segurança de quem tem acompanhado de perto as obras do Mundial, Romário questionou Ricardo Teixeira sobre a utilização quase que total de dinheiro da União no evento. “O senhor prometeu que os estádios da Copa seriam erguidos apenas com dinheiro da iniciativa privada. Não é o que se vê, infelizmente, diante do investimento do Governo Federal. O que aconteceu? Não houve planejamento entre a CBF, a Fifa, o Ministério do Esporte e o Comitê Organizador Loca l (COL), que o senhor também preside?”
O parlamentar também fez questão de lembrar as denúncias contra Ricardo Teixeira e todos os processos aos quais o cartola responde na Justiça brasileira. “O senhor depôs na Polícia Federal na semana passada sobre denúncias de pagamento de suborno a dirigentes da Fifa. O senhor recebeu propina? Se o seu nome aparecer no processo, o senhor renunciará à presidência da CBF e ao Col?”, perguntou.
E emendou para o secretário Jerome Valcke: “A Fifa acredita em Ricardo Teixeira?”. Não houve respostas. Os dirigentes esportivos preferiram driblar os ataques do Baixinho. Irritado, por ter sido impedido de fazer todas indagações aos cartolas, Romário chegou a chamar a audiência de “circo”. Logo em seguida o presidente da Comissão Especial, Renan Filho (PMDB-AL), encerrou a reunião sob a justificativa de falta de tempo dos convidados.