O 4º encontro do Clube do Livro, organizado pela Fundação João Mangabeira (FJM) em parceria com a Juventude Socialista Brasileira (JSB), realizado na noite desta terça-feira (1º), contou com a participação do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e da ex-candidata à vice-presidência da república, Manuela D’Ávila (PCdoB-RS).
O debate mediado pelo secretário nacional da Juventude Socialista Brasileira (JSB), Tony Sechi, analisou o livro “E se fosse você? Sobrevivendo às redes de ódio e fake news”, escrito por Manuela. A autora abordou os principais eixos de produção e as principais motivações para escrevê-lo.
Manuela explicou que organizou seu livro a partir da lógica da desinformação e afirmou que as fakes news “encontram sentimentos e preconceitos reais dentro da nossa sociedade”.
“O sistema da desinformação nunca caminha sozinho. Ele anda de mãos dadas com o discurso de ódio, que movimenta as fake news. Para mim são preconceitos e ódios já existentes em nossa sociedade, que acha razoável que tenhamos 65 mil óbitos por ano, em sua maioria jovens negros, por violência com arma de fogo”, exemplificou a comunista.
Ao comentar o funcionamento das redes de fake news no país, Siqueira afirmou que a eleição do presidente Jair Bolsonaro causou um “despertar de sentimentos primitivos” na população brasileira que aparentemente estavam “abafados ou mergulhados”.
“Todas essas ações têm um pano de fundo político, não acontecem por acaso. Hoje, elas acontecem por meio das redes sociais, mas analisando nosso passado, vemos que as correntes de ódio estiveram presentes em diferentes momentos da história e sempre representaram o que podemos chamar de nazifascismo”, contextualizou.
Siqueira lembrou aos participantes do Clube, que puderam acompanhar a transmissão por meio do Zoom e no canal do PSB no YouTube, que no Holocausto, por exemplo, boa parte dos alemães desconhecia o que estava acontecendo em seu próprio território com judeus, ciganos e homossexuais.
“Essas correntes de ódio, lamentavelmente, não terminam bem. A extrema direita não flerta com a vida, flerta com a morte. Ela inconscientemente está associada a morticínios e não a alegria da vida, exatamente por isso ela não gosta de livros, músicas, teatro. Ela gosta de atacar o outro e esses sentimentos têm que ser combatidos, precisamos nos opor a isso”, analisou Siqueira.
O Clube do Livro se reúne quinzenalmente, aos sábados, para debater diversas obras, o último encontro ocorreu excepcionalmente nesta terça-feira.