A crise econômica que o Brasil atravessa fez a informalidade crescer e atingir 37,3 milhões de brasileiros em 2017. Esse índice representa 40,8% de toda a população que exerce alguma atividade remunerada no país. Significa ainda um aumento de 1,7 milhão de pessoas trabalhando sem carteira assinada, em comparação com 2016, quando 35,6 milhões estavam nesta situação.
Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) nesta quarta-feira (5) e têm como base informações da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
A reforma trabalhista do governo Temer entrou em vigor em novembro de 2017 e realizou mudanças profundas na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Segundo o IBGE, a informalidade vinha caindo aos poucos desde 2012, quando a pesquisa começou a ser feita. Entretanto, passou a aumentar no ano passado.
No início da sondagem, 37,2 milhões de pessoas trabalhavam sem carteira. No ano seguinte, eram 36,8 milhões. Em 2014 e 2015, o total foi o mesmo, de 36,1 milhões de brasileiros na informalidade. Em 2016, a menor taxa foi registrada: 35,6 milhões.
A maioria de trabalhadores informais é formada por pretos ou pardos (46,9%). Já entre brancos são 33,7%.
As mulheres representam 40,7% daqueles sem registro e os homens são 40,8%. Em algumas atividades, o nível de informalidade entre os gêneros ultrapassa 50% como, por exemplo, nos serviços domésticos, em que 71,2% são mulheres exercendo essa função sem registro na CLT, e 57,3% são homens.
A renda do trabalhador informal é menos da metade (48,5%) do que recebe uma pessoa com registro na carteira. A diferença entre os salários pagos ao trabalhador formal é, na média nacional, 76% maior que daquele na informalidade.
O rendimento médio mensal do trabalhador brasileiro em 2017 foi de R$ 2.039. Para o empregado com carteira assinada, o salário médio era de R$ 2.038, enquanto para o sem carteira foi de R$ 1.158.
Na análise por cor ou raça, os brancos (R$ 2.615) receberam 72,5% mais que os pretos ou pardos (R$ 1.516). Já entre os gêneros, um homem (R$ 2.261) recebeu 29,7% a mais que uma mulher (R$ 1.743).
O trabalho informal, segundo o IBGE, engloba os que não possuem carteira assinada, como domésticos, o trabalhador por conta própria e empregador que não contribuem com a previdência, além do trabalhador familiar auxiliar.
Com informações do IBGE e portais de notícias