O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que é preciso cobrar responsabilidade do novo ministro da Saúde, Nelson Teich, na condução das políticas de combate ao Covid-19, no momento em que o país se aproxima da fase mais crítica da pandemia, conforme o Ministério da Saúde.

Para Siqueira, o novo titular deve seguir as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), e principalmente, manter as políticas de isolamento social como forma de preservar vidas.

“Devemos cobrar responsabilidade do novo ministro da Saúde, que deve seguir as orientações da OMS e manter o isolamento social, que já se provou ser uma medida fundamental para evitar a disseminação do vírus e preservar vidas”, disse.

Conforme o balanço mais recente do Ministério da Saúde, divulgado nesta quinta-feira (16), foram confirmados 30.425 casos de contaminação e 1.924 mortes. A taxa de letalidade da doença é de 6,3%.

O novo ministro é sócio da consultoria Teich Health Care, também foi consultor da área de saúde na campanha de Bolsonaro, em 2018, e fundador do Instituto COI, que realiza pesquisas sobre câncer.

Em seu pronunciamento no Palácio do Planalto, Teich defendeu um “amplo programa de testagem” no país, sem explicar como isso seria feito já que há extrema dificuldade de obter os kits para diagnóstico, disputados no mundo inteiro.

Sem responder a perguntas de jornalistas, o médico disse que quanto mais se entender a doença mais rápido poderá se tomar decisões como a de flexibilizar políticas de isolamento social. “As pessoas vão ter muita dificuldade de se isolar”, afirmou.

Divergências

O distanciamento social era a principal divergência técnica entre Bolsonaro e Mandetta, no entanto, a medida já foi defendida também pelo novo ministro em um artigo publicado no começo deste mês.

“Diante da falta de informações detalhadas e completas do comportamento, da morbidade e da letalidade da Covid-19, e com a possibilidade de o Sistema de Saúde não ser capaz de absorver a demanda crescente de pacientes, a opção pelo isolamento horizontal, onde toda a população que não executa atividades essenciais precisa seguir medidas de distanciamento social, é a melhor estratégia no momento”, escreveu o oncologista.

Bolsonaro, no entanto, não perde a oportunidade de defender o contrário e afirmar, sem base científica, que a pandemia está no final.

No último domingo, o presidente disse em uma celebração de Páscoa com líderes religiosos que o novo coronavírus “está começando a ir embora”, sem apresentar evidências ou fontes científicas.

“Tenho dito desde o começo, há 40 dias. Temos dois problemas pela frente, o vírus e o desemprego. Quarenta dias depois, parece que está começando a ir embora a questão do vírus, mas está chegando e batendo forte o desemprego”, afirmou o presidente

De acordo com o Ministério da Saúde, porém, a situação mais crítica, ao menos em São Paulo e no Rio de Janeiro, deve ser vivenciada apenas no final de abril e no início de maio.

 

Assessoria de Comunicação/PSB Nacional