A Comissão de Cultura aprovou, nesta terça-feira (12), parecer do líder do PSB na Câmara, deputado Tadeu Alencar (PE), favorável ao Projeto de Lei nº 374/2019, que inscreve o nome de Dom Hélder Câmara no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.
Guardado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília, o memorial cívico feito de páginas de aço homenageia personalidades nacionais que durante sua vida lutaram para o engrandecimento do Brasil. O ex-presidente do PSB e ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes também foi inscrito no livro, em dezembro de 2018, entre aqueles que merecem destaque nacional.
De autoria do também socialista João Campos (PE), a proposta busca dar o devido reconhecimento ao bispo da Igreja Católica que, durante sua vida, pregou ideias de caridade, humildade e defendeu os direitos humanos e fundamentais, sobretudo dos mais pobres.
O deputado ressalta ainda que reapresenta a proposta pioneira da ex-deputada Creuza Pereira (PSB-PE). O projeto, de autoria da socialista, foi arquivado ao fim da legislatura, seguindo os termos do Artigo 105 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados.
Campos destaca a importância de um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) como figura pública, tendo suas atividades política, social e religiosa reconhecidas em todo o mundo.
Nomeado arcebispo de Olinda e do Recife, pouco antes do golpe militar de 1964, Dom Hélder Câmara desenvolveu intensa atividade contra a exploração dos mais pobres. Durante o regime ditatorial, foi perseguido por atuar junto a organizações não-governamentais, movimentos estudantis e operários e ligas comunitárias contra a fome e a miséria.
“O novo governo militar acusou-o de demagogo e comunista e Dom Hélder foi proibido de manifestar-se publicamente. No entanto, sua figura pública adquiria importância cada vez maior. Passou a fazer conferências e pregações no exterior, desenvolvendo intensa atividade contra a exploração e a favor dos mais pobres. Em 1970, fez um pronunciamento em Paris denunciando, pela primeira vez, a prática de tortura a presos políticos no Brasil”, diz o texto do projeto.
Por suas ideias e ações, o arcebispo recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Foi o brasileiro mais indicado ao Prêmio Nobel da Paz, por quatro vezes.