Refletir e entender as oscilações, tensões e relações políticas no mundo é a proposta central da quinta edição da Revista Politika, lançada pela Fundação João Mangabeira (FJM), braço de formação política do Partido Socialista Brasileiro (PSB), em parceria com a Universidade alemã Humboldt-Viadrina. Com o título “Situação Internacional: como é o mundo que nos cerca”, a publicação oferece sete ensaios produzidos por especialistas e observadores da atualidade.
No editorial, o presidente da FJM, Renato Casagrande, afirma que em um mundo de múltiplas crises superpostas, em diferentes escalas, o desafio é encontrar o espaço adequado ao Brasil. “Qualquer observador atento percebe que as ‘placas tectônicas’ do atual sistema-mundo estão em movimento e podem produzir terremotos”, referindo-se aos Estados Unidos, Rússia, União Europeia e China, que “se movem em atrito, de forma imprevisível, mantendo todos os atores com a respiração suspensa, à espera de terremotos”.
A nova edição da revista oferece um painel dessa situação complexa, a partir da análise de diversos estudiosos, com o objetivo de subsidiar um projeto nacional “que não existirá se não compreender a evolução histórica da nossa nação frente ao mundo e a necessidade de articulação mundial para sermos mais do que espectadores dos movimentos globais”, conclui Casagrande.
A publicação foi lançada na quarta-feira (22), em um coquetel na sede da fundação, com a presença do vice-presidente de Relações Governamentais do PSB, Beto Albuquerque, do vice-governador do Estado de São Paulo e secretário de finanças do PSB, Márcio França, do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, do embaixador da União Europeia no Brasil, João Cravinho e do primeiro secretário da Embaixada de Cuba no Brasil, Juan Pozo Álvarez. Compareceram também a senadora Lídice da Mata (PSB-BA), deputados e representante do Partido Popular Socialista (PPS).
A publicação inicia tratando da política externa brasileira recente, com um texto assinado por Antônio Carlos Lessa, professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, que passa pelo período em que o Partido dos Trabalhadores (PT) esteve no governo federal. A análise segue com a crise econômica internacional que o autor Fernando Cardim de Carvalho, professor emérito do Instituto de Economia da UFRJ e pesquisador do CNPq, afirma ter sido marcada por uma depressão devido à dificuldade de retomada do ritmo econômico anterior.
Os recortes regionais são apresentados por diversos autores na revista. O professor de Relações Internacionais na UFRGS, Paulo Visentini, trata da Ásia e destaca que esse continente é a grande incógnita atual, pois é grande e forte demais para ser engolido, marginalizado ou derrotado pela ordem norte-americana, mas, ao mesmo tempo, possui extensas limitações que são analisadas ao longo do artigo.
O economista Célestin Monga escreve sobre a África e observa que “existem muitas Áfricas”, pois são diferentes as trajetórias históricas, as heranças filosóficas e culturais, as estruturas sociais, o desempenho econômico e as tradições administrativas nos 54 Estados membros da União Africana.
A revista conta com artigo do chileno Rodrigo Karmy Bolton, especialista em Oriente Médio. A região é o berço de civilizações milenares mas, do ponto de vista político, é uma criação muito recente, avalia. Os possíveis impactos do governo de Donald Trump e a situação dos Estados Unidos são analisados por Kenneth Maxwell, diretor do Programa de Estudos Brasileiros da Universidade Harvard.
A preocupação com Trump também está presente nos dois artigos que tratam das relações entre a Rússia e o Ocidente. São eles: “A Rússia, o Ocidente e o retorno da geopolítica”, de Janis Berzinš, diretor do Centro de Segurança e Pesquisa Estratégica da Academia Nacional de Defesa da Letônia, e “Diário de um colapso: as relações externas entre a Federação Russa, os Estados Unidos e os Estados da Europa Ocidental”, de Alexander Blankenagel, professor de Direito Público e Direito Russo da Universidade Humboldt da Alemanha.
Para ler a Revista Politika, clique aqui.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional com informações da FJM