A Secretaria de Mulheres Negras da Negritude Socialista Brasileira (NSB) produziu um vídeo em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres Negras da América Latina e do Caribe e ao Dia Nacional de Tereza de Benguela, ambos celebrados neste 25 de julho.
No vídeo, a secretária de Mulheres Negras da NSB, Maura Cristina, saúda a força das feministas do PSB que travaram ao longo da história – e ainda travam – batalhas diárias contra o racismo, a violência, a desigualdade e a opressão.
Para a celebração da data, no vídeo, a secretária Nacional da NSB, Valneide Nascimento, e diversas militantes negras do segmento recitam o poema “Mesmo assim eu me levanto”, escrito em 1978 pela artista negra Maya Angelou.
O texto é um dos seus mais famosos poemas, uma verdadeira declaração de princípios que serve como hino de guerra da resistência à opressão e é recitado por toda parte do mundo em ocasiões públicas.
“Da favela, da humilhação imposta pela cor, eu me levanto. De um passado enraizado na dor, eu me levanto. Sou um oceano negro, profundo na fé, crescendo e expandindo-se como a maré”, diz uma das estrofes do poema.
“Deixando para trás noites de terror e atrocidade, eu me levanto. Em direção a um novo dia de intensa claridade, eu me levanto. Trazendo comigo o dom de meus antepassados, eu carrego o sonho e a esperança do homem escravizado. E assim, eu me levanto”, finaliza o texto.
Apesar de corresponder a 54% dos brasileiros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população negra ainda luta para eliminar desigualdades e discriminações. São cerca de 97 milhões de pessoas e, mesmo sendo a maioria, está sub-representada no Legislativo, Executivo, Judiciário, na mídia e em outros segmentos.
Se se considerar o gênero, o abismo é ainda maior. Apesar da baixa representatividade de mulheres negras na política e em cargos de poder e de decisão, cada ascensão deve ser comemorada como reconhecimento.
Por isso, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha foi criado em 25 de julho de 1992, em um encontro de mulheres negras em Santo Domingos, na República Dominicana. As participantes definiram a data e criaram uma rede para pressionar a Organização das Nações Unidas (ONU) a assumir a luta contra as opressões de raça e de gênero.
Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra
Desde 2014, no Brasil, foi instituído por meio da Lei nº 12.987 o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra em 25 de julho.
A “rainha Tereza”, como era conhecida, tornou-se a líder do maior quilombo do Mato Grosso após a morte de seu companheiro, José Piolho, no século XVIII. Sob sua liderança, o Quilombo Quariterê resistiu à escravidão por duas décadas e sobreviveu até 1770.
Segundo documentos da época, o local abrigava mais de 100 pessoas, entre negros e indígenas. Tereza comandou a estrutura política, econômica e administrativa do quilombo, criando um Parlamento e mantendo um sistema de defesa com armas trocadas com os brancos ou roubadas das vilas próximas.
Os objetos de ferro utilizados contra a comunidade negra que lá se refugiava eram transformados em instrumentos de trabalho, visto que dominavam o uso da forja (forno utilizado para aquecer os metais a serem trabalhados por um ferreiro).
Também cultivavam algodão, que servia para a produção de tecidos que eram vendidos nas vilas próximas, milho, mandioca, banana, entre outros alimentos.
Tereza foi morta após ser capturada por soldados em 1770. Dizem que a causa da morte foi suicídio, execução ou doença. Alguns quilombolas conseguiram fugir ao ataque e reconstruíram local. Entretanto, em 1777 foi novamente atacado pelo exército, sendo finalmente extinto em 1795.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional