O Movimento Popular Socialista (MPS), presente na 5ª Conferência Nacional das Cidades, realizou, nesta semana, uma reunião na sede do Partido Socialista Brasileiro (PSB), em Brasília, com a presença do primeiro secretário Nacional da sigla e presidente da Fundação João Mangabeira (FJM), Carlos Siqueira. A Conferência tem como tema “Quem Muda a Cidade Somos Nós: Reforma Urbana Já!”.
A reunião no Partido contou com a presença de 20 militantes, representando 10 estados brasileiros, que vieram ao Distrito Federal especialmente para a 5ª Conferência Nacional das Cidades. Durante o primeiro encontro, os participantes se apresentaram e mostraram a visão de seus estados sobre as questões urbanas.
Carlos Siqueira destacou a importância da realização da 5ª Conferência Nacional das Cidades e da participação de um segmento socialista no evento. “A participação do Movimento Popular Socialista é de fundamental importância, porque vai nos ajudar na formulação de ideias e novas medidas com o objetivo de realizar uma verdadeira reforma urbana”, afirmou.
“É notório o crescimento desordenado das grandes metrópoles brasileiras. Hoje vivemos um caos urbano, antes 20% da população era urbana, 80% rural. Em 50 anos 80% passou a ser urbana e 20% rural”, exemplificou Siqueira em relação ao crescimento desordenado das grandes cidades.
Busca por emprego, tentativas de mudar de vida, expectativa de trabalhos grandiosos, estudos, faculdades foram alguns dos motivos pelos quais a população brasileira migrou tão depressa do campo para o asfalto.
“Para fazer uma Reforma Urbana é preciso recursos do Governo Federal, Estadual, Municipal e do Distrito federal. Atualmente o Governo tem ações pontuais, que não são suficientes para solucionar todos os problemas que a sociedade vive hoje”, salientou o primeiro secretário. Siqueira ainda deu o exemplo das linhas de metrô, que em São Paulo equivale, hoje, a 64 quilômetros, enquanto Pequim, que é uma cidade nova em expansão urbana, soma mais de 200 quilômetros de linha metroviária.
“A questão urbana é tema historicamente prioritário para o PSB”, alertou o primeiro secretário do Partido que continuou explicando que antes mesmo da refundação do PSB, em 1985, a sigla já contava com políticos preocupados com a organização das cidades para um amanhã mais seguro e saudável a todos. “Desde 1955, quando o socialista Pelópidas da Silveira (prefeito da cidade do Recife) falava da questão urbana como visão estratégica e propôs um grupo de urbanistas para reformular a cidade e é, até hoje, uma das administrações mais reconhecidas”, lembrou Carlos Siqueira.
A administração de Pelópidas é considerada “brilhante”, um gestor com ideais voltados para obras que beneficiaram, principalmente, as classes menos favorecidas. Foram criadas associações de bairro e audiências coletivas quinzenais nas quais o prefeito discutia com o povo os problemas da cidade. “Miguel Arraes deu segmento ao planejamento de Pelópidas quando assumiu a prefeitura do Recife (PE) em 1962”.
O PSB tem em sua trajetória histórica gestores e planejamentos para um Brasil desenvolvido, uma sociedade com questões urbanas resolvidas, sem deixar de lado a sustentabilidade. “O desenvolvimento do País depende do desenvolvimento das cidades. Este é o principal problema do Brasil, porque as indústrias e as fábricas estão todas concentradas nas metrópoles e, hoje, o que temos são problemas, como a poluição – ambiental, sonora e visual; os engarrafamentos; a violência urbana; os esgotos a céu aberto; a educação, entre outros”, explicou Siqueira.
O MPS realizou durante este ano seminários em todos os estados brasileiros, visando assim chegar à 5ª Conferência Nacional das Cidades com visão uniforme e ideais a serem debatidos e defendidos pelos socialistas.
A Conferência vai até domingo e acontece no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília (DF).