
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira (15) que o governo ainda busca flexibilizar o prazo determinado pelo governo dos Estados Unidos para taxar as exportações brasileiras em 50% a partir de 1º de agosto.
“O prazo é exíguo, mas vamos trabalhar para dar o máximo nesse prazo”, disse após reunião com representantes do setor produtivo.
A proposta do empresariado é de pelo menos mais 90 dias de discussão, o que foi reforçado por representantes do setor produtivo. Conforme o vice-presidente, os executivos brasileiros farão parte da tentativa de pressão por maior prazo. O período, afirmou, poderá inclusive servir para acordos comerciais positivos.
“É uma relação importante, que repercute também nos Estados Unidos, podendo encarecer a economia americana. E também é uma oportunidade para mais acordos comerciais”, disse Alckmin. Durante a reunião do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, criado pelo governo para lidar com a crise, o empresariado se comprometeu a conversar com seus parceiros norte-americanos, o que serviria para chamar a atenção para os inevitáveis prejuízos mútuos.
Segundo o vice-presidente, o governo brasileiro sempre manteve diálogo com os Estados Unidos. “Enviamos uma carta há dois meses sobre tratativa de acordo e não obtivemos resposta”, afirmou. Agora, diante da deflagração da ofensiva contra o Brasil, Alckmin disse que uma nova carta será enviada reforçando que o governo brasileiro aguarda respostas.
Reiterando um argumento que tem sido utilizado por empresários e pelo governo, apontou que os Estados Unidos têm superávit na balança comercial. “De janeiro a junho (deste ano), as exportações dos EUA para o Brasil aumentaram 11,48%. As exportações do Brasil para os EUA, 4,37%”, afirmou Alckmin.
Em segunda reunião realizada também nesta terça, Alckmin disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu para que os ministros ouvissem o setor produtivo no processo de negociação.
“Não tem o menor sentido você ter uma tarifa totalmente despropositada. O trabalho é reverter isso, e nós queremos ouvir vocês, que vocês também participem desse trabalho”, afirmou. Ele disse que um dos auxílios que o agro pode dar é em relação aos congêneres americanos. “Vamos envolver os empresários americanos também, mostrando o prejuízo que isso pode ter para a economia americana, é um perde-perde”, completou.
Comitê interministerial
O Comitê foi oficializado no decreto que regula a Lei de Reciprocidade Econômica (Lei 15.122/25). As reuniões desta terça contaram com a presença de 18 executivos de diferentes setores. Um novo encontro está marcado para esta quarta-feira (16).






