
Foto: Rodolfo Loepert
O presidente nacional do PSB, João Campos, participou do maior evento de investidores do mundo, o Expert XP, neste fim de semana, em São Paulo.
Visto como uma importante renovação na esquerda, o prefeito do Recife defendeu o governo Lula, principalmente em relação ao tarifaço imposto ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e fez críticas à polarização.
“[Nas Eleições] que a gente discuta os problemas reais. O Brasil precisa crescer em produtividade e eficiência. O que preocupa da polarização é que ela tira o foco dos problemas reais”, avaliou.
Sobre a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros aplicada pelo governo dos Estados Unidos, o presidente do PSB afirmou que a medida rompe com os padrões históricos de relação entre os dois países e impõe um custo direto à economia nacional.
“Essa não é uma medida normal. Se a gente achar que é normal o que está acontecendo, algo em nós está errado”, afirmou.
Ele ressaltou o caráter inédito da carta americana e propôs uma inversão de cenário como exercício de reflexão. “Imagina se fosse o presidente brasileiro escrevendo uma carta ao presidente americano dizendo que só vai manter relações se a Suprema Corte de lá revogar a condenação de Trump. Isso seria inaceitável. E é exatamente o que estão fazendo conosco.”
Para Campos, o momento exige serenidade e foco na diplomacia, sem alimentar agendas ideológicas. “Negociar é a única saída. Não tem como normalizar um gesto como esse, e muito menos politizá-lo internamente. Esse é um problema que afeta o Brasil real — o do campo, o do emprego e da produção”.
“Foi uma grande satisfação participar da Expert XP, o maior evento de investidores do mundo, debatendo o Brasil, o cenário político e os caminhos para o nosso futuro. Falar de política é, também, falar de economia, porque não há transformação real sem enfrentar os desafios concretos que impactam a vida das pessoas. A economia está presente em tudo: no prato, no transporte, na escola, nas oportunidades que se criam ou se perdem”, afirmou ele diante de agentes e corretores financeiros, investidores e empresários.
João Campos defendeu ainda a eficiência na máquina pública e sugeriu o PL 2518/2024, de autoria da deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), que cria um modelo de avaliações para as políticas públicas implementadas, permitindo diminuir ou até abandonar aquelas que não se provaram efetivas, focando apenas nas que estão dando resultado.
Questionado pelo anfitrião do evento Rafael Furlanetti, da XP, se é possível ser eleito falando a verdade durante a campanha, defendeu que sim, e apontou a carga tributária como um dos problemas do país.
“Temos uma carga tributária regressiva. Ao priorizar o consumo, ela acaba impactando sobretudo as classes mais baixas. Ela é alta e mal focalizada. O foco no patrimônio permitiria que ela fosse menor e mais eficiente”, afirmou.
Campos participou do painel “Eleições 2026: os bastidores do poder”, uma discussão que mergulhou nas articulações que já moldam o futuro cenário político do Brasil.






