A Convenção Quadro das Nações Unidas Sobre Alterações Climáticas, ou Cúpula do Clima (COP-17), encerrada no último domingo (11), na África do Sul, representou um avanço, pelo menos do ponto de vista diplomático. Foi o que afirmou, em pronunciamento nesta segunda (12), o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). Além de elogiar a participação do Brasil no encontro, o senador comemorou a previsão de um acordo climático que teria a participação de países hoje fora do Protocolo de Kyoto.
"Conseguimos fazer com os países mais poluidores do mundo, ou seja, Estados Unidos, Índia e China, se comprometessem pela primeira vez em assinar um tratado global, com metas compulsórias de corte de emissões de dióxido de carbono", comemorou.
Apesar de também comemorar a viabilização do Fundo Verde Climático, criado para financiar ações de combate às mudanças climáticas nos países em desenvolvimento, o senador disse reconhecer o fato de que os avanços da convenção se refletem mais no campo simbólico, "dos princípios e promessas", do que no real.
Para o senador, a falta de medidas para enfrentar o aquecimento global de forma imediata aumenta a responsabilidade dos países, que devem, individualmente, elaborar leis sobre o tema. Como exemplo, citou a Política Nacional de Mudanças Climáticas do Brasil.
"Se não avançamos em termos jurídicos globais, que façamos a nossa parte com a criação e efetivação de medidas locais. O Brasil, nesse sentido, está fazendo bem o seu dever de casa, assumindo compromissos voluntários que devem servir de exemplo ao mundo", afirmou.
Alimentos
Rollemberg citou dados de relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), divulgado no início do mês, que apontam a degradação progressiva e a escassez de recursos como um perigo para a produção de alimentos no mundo.
"Essas preocupações demonstram que, a partir de agora e para sempre, agricultura, meio ambiente e ciência, tecnologia e inovação devem, necessariamente, caminhar juntos", disse.