Eleito com 84.405 de votos, a segunda maior votação em seu Estado, Felipe Rigoni, do Espírito Santo, será o primeiro deputado federal deficiente visual da história do país.
Desde a criação da Coordenação de Acessibilidade da Câmara, em 2004, não houve nenhum deputado com alguma deficiência visual declarada.
Engenheiro de produção com mestrado em políticas públicas, cursado em Oxford, na Inglaterra, Rigoni teve ao seu lado na campanha mais de 2 mil multiplicadores, a quem ele atribui o êxito que teve na corrida eleitoral.”Por isso que falo, nós fomos eleitos, não somente eu”, afirma Rigoni.
Rigoni reafirma o que fará quando assumir o cargo: seu mandato será compartilhado, os cargos a que seu gabinete tem direito serão cortados e seus funcionários serão selecionados por meio de processo seletivo.
Quanto ao mandato compartilhado, o parlamentar terá um conselho que será formado por especialistas e principalmente representantes das mais diferentes parcelas da população capixaba.
Todas as cinco macrorregiões do Espírito Santo vão ter um representante no conselho, que tomará decisões juntamente com Rigoni. Dos 15 assessores que serão nomeados, dois vão ficar responsáveis por mapear as necessidades de todas as regiões.
“Vamos perguntar para essas pessoas que moram nesses locais o que elas precisam. A partir daí, fiscalizarei prefeitos, governador e presidente, e arrumarei verba para executarmos os projetos”, explica.
Sobre o corte de gastos, Rigoni vai limitar em 15 o número de cargos a que tem direito. Hoje cada parlamentar pode ter até 25 assessores. “Reduzirei pelo menos 30% da cota parlamentar, que é o dinheiro de reembolso”, afirma.
“Vou revogar privilégios de auxílio-moradia, auxilio-paletó. Um deputado ganha muito bem e pode viver sem esses privilégios. Vou revogar e propor para acabar com isso para todos os deputados”, frisa.
Uma de suas principais propostas é a defesa das reformas política e tributária, assim como o acesso à educação de qualidade para todas as pessoas.
“Nossa economia não aguenta mais. Além disso, temos 27 milhões de pessoas sem emprego, 63 milhões endividadas, então, precisamos da reforma para dar um boom na economia e tornar nosso sistema de impostos justo. É necessário também a reforma política”, sustenta.
Com informações de portais de notícias