Centenas de profissionais da saúde e dezenas de entidades do setor declararam apoio à chapa Lula-Alckmin nesta terça-feira (18), em encontro em São Paulo. As lideranças presentes criticaram a condução da pandemia pelo governo Jair Bolsonaro (PL) defenderam a democracia e o fortalecimento do SUS.
Presente no ato, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice-presidente de Lula, criticou o “ativismo antivacina” e afirmou que a saúde vive um retrocesso sem precedentes. Ele afirmou que é preciso “chamar as entidades médicas à responsabilidade” e que o resultado da campanha antivacina “está aí”. “É uma irresponsabilidade absurda.”
Há 12 dias da eleição, Alckmin, que é médico, alertou que a missão dos profissionais da saúde é conversar com eleitores, tanto os indecisos quanto os que votaram no adversário, para advertir dos riscos que o país atravessa, como o perigo iminente da volta da poliomielite pela baixa cobertura vacinal.
“O futuro não é destino, não é sina, ele depende da gente, vamos conversar com as pessoas. Nós temos argumentos. A inflação, por exemplo, não é socialmente neutra, ela tira dos mais pobres enquanto os ricos se protegem”, disse.
Com Alckmin sentado ao centro, a mesa principal foi composta por Rubens Belford, ex-presidente da Academia Nacional de Medicina, Aytan Sipahi, da Universidade de São Paulo (USP), Eline Etel Fonseca, da Rede Nacional Médicos Populares, Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do Programa de Adolescentes do estado de São Paulo, Marianne Pinotti, ex-diretora da mastologia do hospital Pérola Byington, Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde, Alexandre Telles, presidente do sindicato dos médicos do Rio de Janeiro, além do renomado doutor Drauzio Varella.
“Governar é escolher e a saúde é o item mais relevante. Nós temos que melhorar a gestão e o financiamento, e o presidente Lula assumiu esse compromisso de maneira direta”, disse Alckmin.
O ex-governador falou ainda sobre os desafios de longo prazo para a área, frente a fatores como as mudanças demográficas e epidemiológicas. Ele afirmou que o governo federal está saindo “discretamente” do financiamento à saúde, à medida que não corrige a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), e que Lula está “assumindo o compromisso direto de melhorar a gestão e o financiamento da saúde”.
Durante o evento, os presentes também fizeram um minuto de silêncio pelas vítimas da covid-19, e os profissionais entregaram três manifestos a Alckmin. Além de se pronunciarem contra as medidas tomadas pelo governo Bolsonaro na pandemia, eles se manifestaram a favor da ciência, da vacinação, do SUS, da democracia e de políticas focadas na saúde da mulher.
O encontro contou com representantes das seguintes entidades: ABIMO, Abrasco, Academia Nacional de Medicina, Anahp, Anvisa, Associação Brasileira de Médicas e Médicos Pela Democracia, Associação Psicanalítica Internacional, Centro de Estudos Sindicais, Conselho Nacional de Saúde, CREMESP, Escola Paulista de Medicina, Faculdade de Medicina Einstein, Faculdade de Medicina da USP, Faculdade de Medicina do ABC, FENAFAR, Fenam , FGV/EAESP, Fiocruz, Grupo Farmabrasil, Hospital das Clínicas da USP, Hospital de Clínicas Unicamp, Hospital Regional do Baixo Amazonas- Santarem – Pará, HSPE – IAMSPE, INCOR FMUSP, Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), Ministério da Saúde, REDE D’Or, Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares, Santa Casa de São Paulo, SAÚDE PCdoB, SIMESP (Sindicato dos Médicos de São Paulo), SindHosp, Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Sindusfarma, SMS Diadema, UFPEL, UFRJ, Unicamp, UNICAMP e UNIFESP.
Com informações do Valor e da Hora do Povo