
Transporte fluvial polui menos e é mais eficiente, destaca o socialista. Foto: Nilson Bastian/Agência Câmara
Tramitam na Câmara dos Deputados três projetos de lei, de autoria do socialista Adilton Sachetti (PSB-MT), que preveem a instalação ou o aprimoramento de hidrovias em sete rios que cortam os estados do Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pará.
O objetivo das propostas é desenvolver o transporte fluvial nessas regiões para o escoamento de grãos e de outras mercadorias produzidas no Mato Grosso.
Maior produtor de grãos e fibras do país, o Estado é responsável por 24,42% da produção nacional, o que corresponde a 49,57 milhões de toneladas, de acordo com levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Segundo Adilton Sachetti, a aprovação das medidas permitirá crescimento sócio-econômico dos municípios abrangidos, maior competitividade do agronegócio, além do desafogamento das rodovias utilizadas para o transporte de cargas.
O PL 118/2015 de autoria do deputado prevê o desenvolvimento de infra estrutura na hidrovia do Rio Paraguai, que abrange os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Já o PL 119/2015 autoriza a realização de obras nas hidrovias dos rios Tapajós, TelesPires e Juruena, nos estados do Pará, Amazonas e Mato Grosso.
O PL 120/2015, por sua vez, prevê a execução de projetos de engenharia nas hidrovias dos rios Tocantins, Araguaia e das Mortes, que perpassam os estados do Pará, Goiás e Mato Grosso.
Sachetti ressalta que os projetos obrigam a realização de todos os estudos prévios de viabilidade técnica, econômica e ambiental necessários para a implantação das obras e serviços destinados à navegação nos trechos listados nos projetos.
Na avaliação do socialista, que é coordenador de Infraestrutura da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o desenvolvimento das hidrovias tonará a produção do agronegócio mais competitiva, na medida em que reduzirá os custos do transporte de grãos.
Além de menos poluente, o transporte fluvial é mais eficiente que o rodoviário, destaca o deputado. Enquanto uma carreta transporta até 26 toneladas de carga, uma barcaça tem capacidade para 900 toneladas, por exemplo.
Para transportar esta quantidade, um caminhão gasta 390 litros de combustível a cada mil quilômetros. Na hidrovia, o gasto cai para 104 litros a cada mil quilômetros.
“O desenvolvimento da infraestrutura nas hidrovias contribui para reduzir o custo do frete do escoamento de grãos, o que também é benéfico para o setor produtivo”, afirma o socialista.
Adilton Sachetti argumenta que as obras de aproveitamento hidroviário potencializam a exploração e o aproveitamento dos recursos hídricos no território brasileiro. Segundo ele, apenas 4% do transporte de cargas no país é feito por hidrovias.
“O Brasil, país de dimensões continentais, adotou no passado este deficiente sistema para o escoamento de suas cargas, isto na contramão do que se preconiza como o mais indicado que são as ferrovias e as hidrovias”, critica Sachetti.
“Temos no nosso território grandes rios, superiores em porte e extensão aos rios dos Estados Unidos ou da Europa. Por que, então, não aproveitá-los melhor?” questiona o deputado.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional