
Foto: Humberto Pradera
Pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha nesta segunda-feira (1) demonstra rejeição dos brasileiros em relação às reformas trabalhista e previdenciária. De acordo com o levantamento, a maioria dos pesquisados avalia perda de direitos em ambas as propostas que tramitam no Congresso Nacional.
Segundo o levantamento, 66% dos assalariados com carteira assinada e 68% dos empresários avaliam que os brasileiros perdem direitos com a reforma trabalhista e a terceirização. O percentual atinge 58% considerando os brasileiros com e sem registro, segundo o levantamento.
Os brasileiros também consideram que a reforma trabalhista e a terceirização privilegiam mais os empresários do que os trabalhadores — e os próprios empresários pensam assim, de acordo com o Datafolha. Segundo o instituto, essa é a opinião de 64% dos entrevistados, enquanto 63% dizem o mesmo sobre a terceirização.
Quanto à reforma da Previdência, o levantamento mostra que sete em cada dez brasileiros se dizem contrários à proposta em discussão no Congresso. Segundo a pesquisa, 71% dos brasileiros são contrários à reforma, e 23%, a favor. A pesquisa foi realizada nos dias 26 e 27 de abril com 2.781 pessoas entrevistadas em 172 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
A rejeição é maior entre os mais escolarizados: 76% entre os que têm ensino superior, 73% entre os que têm ensino médio e 64% entre os que têm ensino fundamental. Entre os informados, 78% são contra a reforma previdenciária proposta pelo governo Temer.
O PSB fechou questão contra as reformas trabalhista e previdenciária por decisão de sua Comissão Executiva Nacional, reunida no dia 24 de abril, em Brasília.
Sobre a reforma trabalhista, o colegiado ratificou por 20 votos a cinco uma resolução aprovada no XIII Congresso Nacional do partido, em 2014, contrária a “qualquer reforma trabalhista que promova a diminuição dos direitos conquistados, a precarização e que estabeleça supremacia do negociado sobre o legislado”. Em seguida, por 20 votos a sete a Executiva aprovou o fechamento de questão contra a proposta do atual governo que altera as leis do trabalho.
Na votação sobre a reforma da previdência, o colegiado se posicionou por 21 votos a dois (com uma abstenção) contrário à proposta em discussão na Câmara. Na sequência, por 20 votos a cinco decidiu por fechar questão em relação à proposta de emenda constitucional.
Sobre a reforma trabalhista, somente 30% preferem que condições de trabalho como jornada diária, período de férias e banco de horas sejam negociadas diretamente entre patrões e empregados, como prevê o projeto em discussão. Para 60%, seria preferível que essas condições fossem definidas em lei.
Quanto à geração de empregos, somente 29% de trabalhadores com registro em carteira acham que haverá mais oferta de emprego; 34% diz que haverá menos vagas, e 33% acha que nada mudará. Já 48% dos empresários acredita que o emprego deve ser beneficiado pela nova lei.
Na pesquisa sobre a reforma da Previdência, o instituto questionou os principais pontos de crítica para os entrevistados. A maioria (60%) apontou a contribuição de 40 anos exigida para receber aposentadoria integral como o ponto mais vulnerável da PEC que tramita no Congresso.
No caso dos trabalhadores rurais, 52% dos brasileiros querem que eles continuem se aposentando mais cedo, condição também mantida na proposta de emenda à Constituição.
A reforma trabalhista foi aprovada na última quarta-feira (26) pela Câmara dos Deputados e agora será analisada no Senado. Já o projeto de lei que permite a terceirização em todas as atividades foi sancionado pelo presidente Michel Temer no dia 31 de março.
A comissão especial que analisa a reforma da Previdência deve encerrar as discussões sobre a proposta nesta terça-feira (2). Com isso, a votação no colegiado poderá começar no dia seguinte. A ideia do governo é acelerar a tramitação na quarta-feira, para que a votação possa ser concluída até a quinta-feira (4).
Embora o governo diga que quer votar a matéria na comissão nesta semana, líderes de partidos da base aliada dizem que a previsão “mais realista” é só concluir a votação na semana que vem. Aprovada na comissão especial, a proposta segue para votação em plenário.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional com informações da Folha de São Paulo