A JSB vem crescendo, fortalecendo-se, buscando seu lugar tanto dentro do partido quanto em relação às outras forças de juventude do país.
Tivemos uma participação efetiva nas eleições de 2014, tanto nos estados quanto na construção nacional, construindo junto o plano de governo, sendo efetivos e presentes na campanha e trazendo, por isso, a certeza de que, não fosse o a morte de nosso líder, atuaríamos com expressão no governo Eduardo Campos.
Enquanto juventude, fazemos discussões em todos os setores em nível nacional, e a reforma política é uma delas. Era um projeto de campanha em 2014 e, até pouco tempo, era o sonho que vinha entusiasmando a população brasileira que tanto clama por mudanças na política de nosso país, porém, infelizmente, vemos desenhado e devemos passar por um processo de reforma política totalmente diferente do que se deveria, onde a população, que deveria estar a frente das decisões e da construção do mesmo, não consegue estar. Um processo onde os grandes partidos, conservadores, darão a linha central e buscarão cada vez mais o bipartidarismo, tentando diminuir as demais forças políticas. E nisso entra a fusão entre o Partido Socialista Brasileiro e o Partido Popular Socialista: é uma questão de sobrevivência.
Além de sobrevivência, devemos lembrar que os dois partidos tem semelhanças inegáveis, que vem inclusive de suas origens.
O PPS elegeu, como parte da coligação, Lula. E, assim como o PSB, PCdoB, PDT, nunca foi a prioridade enquanto aliado dos governos do PT. Sempre foi mais fácil para o Partido dos Trabalhadores enquanto governo comprar, seja com cargos ou até mesmo dinheiro vivo, como constam nos casos de corrupção divulgados, deputados de partidos fisiológicos. O PPS optou por deixar o governo, e, assim como o PT tentou fazer com o PSB, foi empurrado para o pólo do PSDB, como é prática comum do PT com todos aqueles que não estão em sua órbita, afinal a bipolarização é fundamental para o atual governo, pois é muito mais fácil apenas comparar dados atuais com passados e deixar de lado o debate do Brasil do futuro. Inclusive debater o futuro com competência e expressão era o maior medo do PT em relação à candidatura de Eduardo a presidência.
Precisamos construir um movimento de soma, de construção, resgatando o que cada um de nossos partidos tem de melhor, buscando diferenciar-nos e afastar-nos dessas duas forças que tanto prejudicam o Brasil (PT – PSDB), mostrar nossa cara e seguir construindo nosso projeto próprio, livre de vícios, deixando para trás práticas antigas, repensando e debatendo o futuro do Brasil.
Devemos aproveitar esse momento para nos atualizarmos, focar em nossa organização e estar ao lado da juventude brasileira que vem sofrendo diversos ataques dos setores mais conservadores da nossa sociedade e do governo federal, como por exemplo a proposta para a redução da maioridade penal, que só colabora com o sofrimento e o extermínio da juventude, principalmente a negra, e os cortes de investimentos na educação.
Nosso partido vai crescer ainda mais, vai ampliar suas bases, e a juventude tem papel central na luta para levar adiante o legado de Eduardo Campos, Miguel Arraes, João Mangabeira, e todos aqueles que construíram nosso partido, assim como os grandes nomes de esquerda do PPS. Precisamos ter pulso firme na cobrança e no alinhamento dos nossos representantes, em qualquer esfera de atuação.
Precisamos ter um partido atuante contra a corrupção e que cobre de cabeça erguida, dando o exemplo dentro da sua própria organização. É preciso ter ciência de que o que blinda as instituições dos vícios e distorções é a capacidade de inovarem-se e de estarem submetidas ao controle social. A lógica é simples: quanto mais o cidadão conhece e participa do controle social, mais ele se aproxima do poder público, cobra e reage a qualquer indício de corrupção, desafiando os partidos a darem respostas rápidas e satisfatórias para a população.
Enfim, com essa fusão, nosso partido passa a ter a quarta maior bancada do Congresso Nacional. Teremos 792 mil filiados, quatro governadores, sete senadores, 45 deputados federais, 92 deputados estaduais, 588 prefeitos e 5831 vereadores. Estamos entrando no cenário político como uma força realmente viável para estar à frente dos processos eleitorais que virão e será nosso papel, papel da juventude, construir em conjunto esses projetos e cobrar a coerência daqueles que possam, por motivos pessoais, perderem-se da nossa linha coerente no meio do caminho.
Precisamos construir cada vez mais uma história própria, nossa, muito diferente do projeto petista, que ao chegar ao governo abandonou tudo aquilo que acreditava pela lógica do poder pelo poder e hoje vê boa parte da sua militância abandonando o partido ou envergonhada ao não conseguir manter posição frente ao que vem acontecendo. Não podemos jamais deixar de ter orgulho de defender nosso partido, não podemos jamais deixar de construir conjuntamente, agora com mais força, a história do Partido Socialista Brasileiro.
*Tony Sechi é secretário Nacional da JSB.