
Foto: Aaron Phillipe
Coragem, sensibilidade, habilidade, grandeza, humanidade, verdade. Foram essas algumas das palavras e características usadas para destacar a personalidade e a trajetória do ex-governador Eduardo Campos durante a abertura do evento “60 Anos de um Legado”, neste sábado (10), na Usina Dois Irmãos, na cidade do Recife, em Pernambuco.
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, destacou durante o evento no Recife que o momento não era de tristeza, mas sim de celebração pela vida e pelo nascimento de Eduardo Campos. “Estamos fazendo essa celebração para relembrar as coisas boas, felizes e tudo aquilo que foi feito de positivo para Pernambuco e para o Brasil por Eduardo Campos. Seja como o ainda muito jovem Eduardo na Assembleia Legislativa de Pernambuco, seja como o chefe de gabinete de doutor (Miguel) Arraes, seja como o deputado federal inteligente, talentoso e capaz por várias vezes em Brasília, seja como o ministro da Ciência e Tecnologia no primeiro governo do presidente Lula, seja como governador de Pernambuco, seja como candidato a presidente da República. Em todas essas fases, como pernambucano que carrego em toda minha memória e em meu coração a minha querida cidade de Bom Conselho e Recife, onde vivi por tantos anos, eu me orgulhava profundamente de ver o que Eduardo Campos estava fazendo por Pernambuco. Foi muito bom ter convivido com ele”, relembrou.
Segundo Siqueira, Campos não era apenas um bom administrador e um vitorioso em eleições, mas era, sobretudo, um homem político. “O que determinou e levou Eduardo Campos às grandes vitórias e importantes contribuições foi o tom político que ele soube dar à sua vida e ao seu partido. É a política que preside o destino das administrações. É o tom político e o compromisso ideológico e programáticos que fazem com que um político possa se destacar e ter a dimensão de estadista, como eu acho que era o caso de Eduardo Campos. Ele também foi um grande presidente nacional do PSB. Ele deu dimensão, qualidade, crescimento ao partido. Ele estava ali formando e forjando o que seria, como será ainda, um instrumento de transformação social em nosso país”, afirmou.

Foto: Aaron Phillipe
Siqueira contou que, por todos os lugares por onde anda, as pessoas lamentam a partida precoce de Eduardo e lembram das coisas importantes que ele fez e que poderia ter feito pelo Brasil, se tivesse chegado à Presidência da República nas eleições de 2014. “A partida de Eduardo para todos, não somente para nós socialistas, foi absolutamente devastadora. Mas como ele disse em seu primeiro debate na Globo na véspera de sua morte: nós não desistiremos do Brasil. E nós continuamos sem desistir do Brasil, pois amamos esse país de tantas potencialidade e possibilidades de desenvolvimento em todas as áreas”, pontuou.
“E foi esse país tão querido que perdeu um grande filho. Não podemos entristecer quando aqueles que, como Eduardo, partem, pois eles deixam a semente plantada entre todos nós. O seu legado, a sua memória, suas ideias, seus feitos continuam e é isso que nós temos que celebrar”, finalizou.
O prefeito do Recife e filho de Eduardo Campos, João Campos, contou sobre suas vivências com o pai e sobre o exemplo que ele tem a ser seguido.
“Eu tenho, pra mim e guardo na minha fé, que meu pai sabia ou sentia, de alguma forma, que não teria uma vida comprida, então teria que ser uma vida larga e intensa. Porque não é normal a intensidade que ele viveu, o tanto que ele fez e o tanto que ele transformou com apenas 49 anos de vida. Quero dar um testemunho como João, filho, que teve o privilégio de conviver 20 anos com um pai, uma figura humana extraordinária, que seria impossível ele ter uma vida profissional tão forte e com tanta realização se não fosse absolutamente verdadeiro aquilo que as pessoas viam dele. Então o grande segredo de Eduardo, a grande fórmula disso tudo, não tenho dúvidas que é a verdade. Ele aparecia, ele falava, ele era para as pessoas exatamente aquilo que ele era enquanto pai, esposo, tio, sobrinho, neto”, disse.

Foto: Aaron Phillipe
“Na política, hoje, mais do que nunca, a distância entre o que você prega e o que você é, é a incoerência. Mas ele era um político coerente, um gestor que tinha lado, posição, coragem e isso fazia dele uma pessoa extremamente forte. Mas a força dele nunca o impediu de ter uma sensibilidade de quem pouco tamanho tem, de saber escolher o lado certo da briga ou da disputa, de não fazer conta pequena, de não entrar em nada que não fosse do tamanho daquilo que ele sabia que era um desafio”, complementou.
“Cabe a gente, todos nós aqui, nenhum com mais responsabilidade do que outro, compartilhar esse legado. Todo mundo tem sua contribuição nele. Se coubesse a um de nós ou a poucos de nós querer carregar um legado desse tamanho, seria insustentável. Por isso, prefiro eu em vez de achar que cabe a nós carregarmos isso, cabe a nós nos inspirarmos, beber dessa fonte todos os dias”, finalizou João.
Também filho de Eduardo, o deputado federal Pedro Campos demonstrou sua alegria em poder celebrar, mesmo com saudade, todo o legado do pai. “A gente inicia essa caminhada de celebração levado pela saudade, mas ele segue vivo. Cada um que está aqui no dia de hoje é responsável por esse legado, por esse cuidado, por seguir levando as ideias, os sonhos, os projetos de Eduardo pra frente. A gente sabe disso e tem levado, ao longo desses dez anos, com muita garra, dedicação e força, mas também com muita esperança e fé no futuro, a crença de que é possível continuar, ir além, seguindo firme e trilhando esse caminho de Eduardo Campos, de pé, ‘pegado no serviço’ porque aqui tá cheio de madeira de lei que cupim não rói”, afirmou.
Confira as fotos do evento no Flickr do PSB Nacional: