
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, defendeu a importância de buscar o déficit zero para reduzir os juros no país. “Nós precisamos baixar os juros. Está caindo; a cada reunião do Copom está caindo 0,5 ponto. E a questão do déficit zero é importante para cair os juros”, disse em entrevista à TV Brasil, nesta quarta-feira (7).
O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Selic em 0,50 ponto percentual. Com isso, a taxa básica de juros saiu do patamar de 11,75% para 11,25%. Trata-se do mais baixo desde março de 2022, quando os juros passaram de 10,75% para 11,75%. No entanto, isso não foi suficiente para tirar o Brasil da lista de países com maiores juros reais do mundo.
O governo Lula trabalha por equilíbrio entre despesas e receitas primárias neste ano. Para realizar este ajuste, negocia com o Congresso a aprovação de medidas com potencial de elevar a arrecadação. Parte delas, como taxações de super-ricos, foram tramitadas já em 2023.
Na entrevista, Alckmin reiterou as justificativas do governo para a reoneração gradual da folha de pagamento de 17 setores da economia. Segundo ele, a preocupação do governo é com a responsabilidade fiscal, para alcançar a meta de déficit primário zero.
O Ministro do Mdic enfatizou que a responsabilidade fiscal, a redução das taxas de juros e os impactos da reforma tributária são essenciais em uma equação que impulsionará a economia do país para números mais robustos em termos de atividade econômica.
“Há um tripé importante para economia: juros, câmbio e imposto. A reforma tributária trouxe eficiência econômica para o país. O câmbio, a R$ 5, está bom para a exportação. Precisamos ainda baixar os juros, que já estão caindo 0,5 ponto percentual ao mês”, disse.
“A preocupação do [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad, de não fazer déficit, está, portanto, correta. Eram 17 setores, mas incluíram os municípios. Então dobrou o custo de R$ 9 bilhões para R$ 18 bilhões. É uma questão de constitucionalidade. Para abrir mão de R$ 9 bilhões, tem de informar o que será cortado ou que imposto será aumentado. A preocupação é fiscal e jurídica”, argumentou.
O ministro disse acreditar que tudo se resolverá com diálogo, e que as negociações voltarão após o carnaval. “Nossa expectativa é de diálogo, e nisso o presidente Lula é mestre”, acrescentou ao sair da entrevista.
Com informações da CNN e da Agência Brasil