O Brasil e a China reforçaram o compromisso de estreitarem ainda mais a parceria estratégica bilateral, durante a Conferência Internacional “50 anos da relação Brasil-China: cooperação para um mundo susentável”, realizada nesta quarta-feira (17), em Brasília, com a presença do presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), do embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, entre outros.
Em 2023, a visita do presidente Lula ao país asiático resultou, entre outros avanços, no maior volume de exportações brasileiras para um único país na história, de mais de U$ 104 bilhões no ano passado, observou Alckmin.
“Me lembro que o presidente Lula, no seu primeiro mandato, houve uma grande comemoração quando o Brasil exportou para o mundo 100 bilhões de dólares. Hoje, o Brasil exporta para um país, só para a China, 104 bilhões de dólares. Então foi muito bem colocado aqui que a relação Brasil-China é um caso de sucesso. Cinquenta anos de amizade, de parceria, de comércio, de investimentos”, disse.
Alckmin saudou os 50 anos de parceria entre os dois países e lembrou que se completaram também 20 anos desde a criação da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), criada pelo presidente Lula em 2004 e hoje o principal mecanismo de diálogo regular entre Brasil e China.
“A China é o maior parceiro comercial do Brasil. A complementaridade econômica e comercial entre os dois países é impressionante”, afirmou Alckmin. “É um importante investidor no Brasil e as oportunidades são muitas: nas áreas do Novo PAC, infraestrutura, energia renovável, automotiva, carros híbridos, veículos elétricos, complexo da saúde, indústria aeronáutica. É difícil uma área que não haja uma parceria entre Brasil e China, uma amizade que só se consolida e que avança”, pontuou.
Para o presidente em exercício, o contexto econômico nacional é favorável para incrementar essa balança. “O Brasil vive um bom momento. O Risco Brasil, que era de 258 pontos, caiu para 130. A inflação caiu, o desemprego caiu, os juros continuam em queda, subiu o PIB, avançou a economia, cresceram as exportações e a China tem papel extremamente relevante nisso”, destacou.
Alckmin também destacou investimentos recentes anunciados por empresas da China no Brasil. “O fluxo de comércio é superior a US$ 150 bilhões e crescente. Com o Programa Mover, na indústria automotiva, já são US$ 125 bilhões de investimento estrangeiros anunciados em nosso país, com dois grandes representantes da indústria chinesa: a BYD e a GWM”, frisou.
O embaixador da República Popular da China no Brasil, Zhu Qingqiao, afirmou que o evento não apenas captura as tendências atuais do desenvolvimento global, como também ressalta o significado estratégico entre a cooperação sino-brasileira. “Esses 50 anos têm sido marcados pela interação de alto nível, cada vez mais intensa, aprofundamento contínuo, confiança estratégica e resultados profícuos em todas as áreas”, disse.
Também celebrou o retorno e aprofundamento das relações bilaterais entre dois países a diretora-geral do Instituto de Economia Industrial da CASS, Dan SHI, que ressaltou que o diálogo vem se tornando mais frequente e forte. “A parceria Brasil-China está em uma nova quadra, com novas oportunidades em um momento de grande crescimento da China. O Brasil tem projetos de neoindustrialização, Programas de Aceleração do Crescimento e essa parceria permite sinergia entre programas brasileiros e chineses”.
A Conferência Internacional “50 anos da relação Brasil-China: cooperação para um mundo sustentável é promovida pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) em parceria com o National Top Think Tank e o Institute of Latin American Studies da Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS).
Com informações do Mdic