
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB) defendeu, como medida imediata do novo governo, esforço de ministérios com lideranças da sociedade civil para promover uma campanha nacional de vacinação.
Coordenador-geral da transição, Alckmin participou neste domingo (4) de uma reunião com especialistas do grupo de trabalho da saúde no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Segundo ele, a equipe indicou a ampliação da cobertura vacinal como prioridade do novo governo.
A campanha nacional de vacinação deve começar a partir da primeira semana de janeiro. A estratégia para aumentar a adesão é vincular a imunização a outros programas, como solicitar a carteirinha de vacinação para matricular crianças em escolas e a retomada da exigência da vacinação como pré-requisito de programas sociais.
O vice-presidente eleito classificou a imunização como uma prioridade do novo governo. “O fato é que, não só Covid, você teve uma queda de vacinação no Brasil inteiro. Então, no Brasil, que era um exemplo para o mundo no protocolo de vacinação e exemplo na imunização, de repente, as pessoas deixaram de tomar vacina”, disse Alckmin.
Apenas 12% das crianças de seis meses a três anos de idade, que devem ser vacinadas contra a Covid, foram imunizadas. “Faremos uma campanha nacional para dizer que não há nada mais triste do que perder um filho, uma criança, e que a vacina salva vidas”, afirmou o vice-presidente eleito.
Para aumentar o convencimento da população, artistas e jogadores de futebol serão convidados a participar da divulgação.
Outra grave problema apontado pela equipe de transição é a desatualização do financiamento da tabela SUS, além da necessidade de acabar com as filas para consultas com especialistas, exames e cirurgias, represadas durante o auge da pandemia.
Segundo Alckmin, asmedidas devem custar 22 bilhões de reais a mais do que o Orçamento prevê para 2023.
“Porque quase não tem recurso para a Farmácia Popular e quem tem doença crônica precisa tomar remédio. A questão da remuneração (a tabela) do SUS, é preciso verificar os casos mais graves para não inviabilizar o atendimento. Há um compromisso do presidente Lula de zerar as filas de especialidades, exames e cirurgias. Prioridade sem orçamento é discurso, precisa ter recurso”, disse Alckmin.
O vice-presidente eleito afirmou ainda que o grupo de trabalho defendeu a importância da aquisição de vacinas de maneira antecipada.
Participaram da reunião do GT de Saúde Roberto Kalil Filho, professor da USP e médico do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, além de Giovanni Guido Cerri, Miguel Srougi, Carlos Roberto Ribeiro de Carvalho, Fábio Jatene, Claudio Lottenberg, Drauzio Varella, Linamara Battistella e Milton Arruda. José Medina Pestana participou de maneira remota.