A inclusão das vítimas de escalpelamento nas políticas públicas teve início em 2007, quando a deputada federal Janete Capiberibe (PSB-AP) apresentou na Câmara dos Deputados o projeto que se tornou a Lei 11.970/2009. A Lei obriga a instalação de carenagem nos barcos ribeirinhos como forma de prevenir os acidentes com escalpelamento e mutilação. Ainda em 2007, as vítimas participaram da Conferência Nacional de Mulheres e de manifestação na Câmara e passaram a ser reconhecidas nacionalmente. Um grupo de trabalho no gabinete pessoal do Presidente da República coordenou as ações que resultaram na inclusão das vítimas nas cirurgias reparadoras realizadas pelo SUS e no pagamento de benefícios de prestação continuada. Por articulação da defensora pública da União especial Luciene Strada, a Defensoria Pública da União firmou convênio com o Instituto de Resseguros do Brasil, dando às vítimas o direito à indenização pelos acidentes que sofreram.
Em ação contínua, a deputada Janete Capiberibe propôs um grupo de trabalho criado no Ministério dos Transportes para debater e implantar ações para aperfeiçoar a segurança das embarcações e da navegação ribeirinha. Desse grupo surgiu o projeto para financiar a construção de embarcações na Amazônia em uma linha de crédito com recursos do Fundo da Marinha Mercante e subsídio do Tesouro Nacional. Também por ação da deputada Janete, foram realizadas campanhas de prevenção ao escalpelamento no estado do Amapá, quando a Marinha do Brasil registra e instala a proteção nos barcos ribeirinhos e dá formação aos condutores.
Agora, com o comprometimento do Governo do Estado do Amapá, a inclusão das mulheres vítimas de escalpelamento chega à fase de cadastramento para as cirurgias reparadoras.