O vice-presidente de Relações Governamentais do PSB, Beto Albuquerque, participou nesta sexta-feira (23) do ato Celebrando a Vida, na Esplanada dos Ministérios, em comemoração aos 211 transplantes de órgãos realizados neste ano em adultos e crianças pelo Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF). A três meses para o final do ano, o número de procedimentos já superou o verificado em 2015, de 210.
O evento foi promovido pelo ICDF, em parceria com o Ministério da Saúde, e contou com a participação de pacientes transplantados e seus familiares, profissionais do hospital e autoridades, além de apresentação da banda Dragões da Independência.
O ICDF ocupou a primeira colocação no ranking nacional de transplantes nos três primeiros meses deste ano. A instituição realiza transplantes desde 2009 e, desde então, já transplantou 764 pacientes.
Para a superintendente do ICDF, Núbia Welerson Vieira, o ICDF mostra com esse resultado que o trabalho em equipe e uma gestão eficaz refletem diretamente na qualidade do serviço de saúde. “Estamos felizes não só porque realizamos mais transplantes do que no ano passado, mas porque as pessoas estão bem e tendo qualidade de vida pós-transplante. Sem dúvida, essa é a nossa maior conquista”, destaca a cardiologista.
Para Beto Albuquerque, se declarar para a família como um doador de órgãos é uma atitude nobre. “Ser um doador de órgãos ou se cadastrar para ser um possível doador de medula óssea é um ato de solidariedade concreta. Se a pessoa quiser ser doadora de órgãos, antes que aconteça alguma fatalidade e sua vida seja tirada, basta a qualquer hora comunicar a seus familiares. Não precisa assinar documento nem registrar em lugar nenhum. Basta aproveitar aquele almoço em família e dizer ‘se acontecer algo comigo, doem meus órgãos pra que eles deem vida a outras pessoas”, orienta.
O socialista lembra que é preciso que ocorra morte encefálica para que se proceda um transplante de órgãos. “De todas as mortes que ocorrem no país, apenas 1% se encaixam nesse quesito. Por exemplo, no Rio Grande do Sul morrem 80 mil pessoas por ano por várias razões, mas só 800 pessoas têm morte encefálica e, às vezes, as famílias não permitem a doação. Então, não se pode perder esses poucos doadores que surgem”, reforça.
O Brasil é o segundo país que mais transplanta órgãos, com o auxílio do Estado, em todo o mundo – fica atrás apenas dos Estados Unidos. O ICDF é o único hospital multitransplantador da Região Centro-Oeste e referência nacional em cardiologia de alta complexidade. Além disso, atende pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), de convênios e particulares. “O SUS, no que diz respeito a isso, é o melhor instrumento de financiamento de transplantes do mundo. Aqui no Brasil, 95% dos transplantes de toda natureza são pagos pelo SUS”, destaca.
Beto Albuquerque é considerado “padrinho” do instituto pelo apoio que prestou à criação da unidade de transplante de medula óssea. Ele explica que iniciou sua luta para promover a iniciativa de doação de órgãos no país após a morte de seu filho Pietro, vítima de leucemia mielóide aguda. Em homenagem a Pietro, foi inaugurada em 2014 a unidade do ICDF, que leva seu nome, resultado de um projeto do ex-superintendente da instituição, João Gabbardo. Ele contou com o apoio do governo federal para a construção da unidade e da equipe médica do hospital para o atendimento. Em dois anos de existência, a Unidade Pietro Albuquerque já realizou mais de 130 transplantes de medula óssea e é considerada uma das maiores e mais modernas do Brasil.
“Desde a morte do Pietro, em 2009, isso passou a ser uma agenda prioritária pra mim porque eu não queria que outros pais passassem pelo mesmo que eu. Então passei a me envolver com o assunto em todos os estados do país”, afirma. Albuquerque cita alguns avanços desse período recente: o número de brasileiros cadastrados no banco de doadores subiu de 750 mil, em 2009, para mais de 4 milhões; o banco de medula brasileiro passou a ser interligado ao americano e ao europeu, somando mais de 27 milhões de doadores cadastrados; e ainda foram criados, com o apoio do Ministério da Saúde, dez centros públicos de banco de sangue do cordão umbilical, uma das formas de transplante de medula.
Números
O órgão mais transplantado pelo ICDF, no acumulado dos anos, foi o fígado (238 procedimentos); seguido do coração (151); medula óssea (140) – autólogo, quando são utilizadas as próprias células tronco do paciente, e alogênicos aparentado e não aparentado, quando são utilizadas células tronco de doador compatível; rim (126); córnea (108); e pulmão (2).
O Distrito Federal segue aumentando a quantidade de procedimentos. Alguns fatores como a conscientização das famílias sobre a doação de órgãos e a edição do decreto 8.783, que disponibilizou aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para o transporte de órgãos, tecidos e partes do corpo humano em todo o país, foram essenciais para esse crescimento.
Como doar medula óssea
Para doar é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade e estar em bom estado geral de saúde (não ter doença infecciosa ou incapacitante). Em seguida, procure o Hemocentro do seu estado e se cadastre como doador voluntário. É possível se cadastrar como doador voluntário de medula óssea nos hemocentros nos estados. Confira aqui a lista de Hemocentros de todo o país.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional