Mais de um milhão e 400 mil livros digitais foram vendidos no Brasil entre junho e novembro do ano passado, de acordo com relatório divulgado pelo Ibope. Dados do setor mostram ainda um crescimento de 110% em dezembro de 2012 na comparação com igual mês do ano anterior.
Para incentivar ainda mais esse tipo de leitura, uma proposta em tramitação na Câmara dos Deputados equipara os livros eletrônicos aos livros de papel, inclusive quanto à isenção de impostos (PL 4534/12). O benefício tributário é previsto na Constituição Federal para livros, jornais, periódicos e para o papel destinado a sua impressão.
Leitor assíduo de obras digitais, o servidor público Aroldo Galindo considera o livro eletrônico caro no Brasil. “Eu comprei um livro recentemente padrão, em papel, um bom livro, e custou R$ 60. O mesmo livro digital, R$ 30. Acho que essa relação tem alguma coisa errada, porque o custo é tão mínimo que esse livro era para custar R$ 5, no máximo”, declarou.
Os livros eletrônicos podem ser lidos em e-readers, tablets, computadores ou até smartphones, por meio de aplicativos próprios. Para o deputado Jose Stédile (PSB-RS), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Biblioteca Pública, baratear o custo dessas produções pode servir para ampliar o universo de leitores.
“Muitos jovens estão aderindo às novas tecnologias, mas a gente nota que mesmo assim, a leitura ainda é pequena. Talvez seja uma forma de chegar com maior facilidade à juventude do nosso país, às pessoas que estão aderindo à nova tecnologia, que não se dispõem ou não conseguem ou não têm tempo de procurar uma biblioteca pública, uma biblioteca escolar ou uma biblioteca particular.”
O projeto que equipara os livros digitais às publicações em papel modifica a lei da Política Nacional do Livro. A proposta veio do Senado e aguarda parecer da relatora, deputada Fátima Bezerra, do PT do Rio Grande do Norte, na Comissão de Educação e Cultura da Câmara.