
Foto: Humberto Pradera
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, defendeu nesta quarta-feira (22), durante a abertura da reunião de coordenadores da Fundação João Mangabeira (FJM), em Brasília, a construção de um projeto próprio para 2018, com lideranças capazes de representar os menos favorecidos. As candidaturas no plano nacional para as próximas eleições serão definidas no próximo congresso do partido, entre 12 e 14 de outubro deste ano.
“Nós temos que ter a capacidade de formular um projeto diferente, que contribua com o partido em 2018, se possível, com candidatura própria. Interessa que nós tenhamos uma decisão clara, independente e autônoma. É o que nós devemos ter como meta, como ideal. Queremos chegar no poder com propostas concretas, com capacidade de representação parlamentar adequada, mas também com representação social”, defendeu.
Segundo Siqueira, o temário do evento começará a ser discutido nos próximos dias. Ele conclamou os representantes da FJM presentes no evento a participarem das discussões. “Queria muito encarecer a vocês que isso seja objeto de discussão na Fundação. Mais do que com um presidente e com uma diretoria, o partido tem que sair desse congresso com ideias. Precisamos dizer que PSB queremos consolidar”, enfatizou.
Na sua avaliação, as mudanças das quais o país necessita somente serão possíveis com a inserção dos partidos políticos nos movimentos sociais. “Ninguém faz mudanças em um país da nossa cultura, se não tivermos inserção nos movimentos sociais, nos movimentos populares, se não formos capazes de representar ideias inovadoras e estruturantes, no rumo que seja capaz de ver o desenvolvimento estratégico do país”, declarou.
O presidente da FJM, Renato Casagrande, anunciou que está em fase de elaboração o “Projeto Brasil Socialista”, que trata do posicionamento estratégico do PSB para os próximos 30 anos. “Existe um vasto campo para que a gente coloque as nossas ideias socialistas, que trabalham pela integração, pela paz, pela eficiência e pelo resultado da gestão. É preciso combater a ditadura do gerencialismo, que diz que governante competente é aquele que corta tudo, e não aquele que produz felicidade com as ações públicas”, afirmou.
Mais participação e militância
O presidente do PSB voltou a destacar a importância do recadastramento nacional de filiados na democratização do partido. O prazo final foi prorrogado para 25 de abril. “O dado mais importante que precisamos dos filiados é o e-mail. Porque quando formos fazer um debate como nós fizemos há uma semana sobre a reforma da Previdência, nós precisamos comunicar a todos os companheiros. Ou quando nós quisermos consultar a militância, como estamos fazendo agora, com a consulta pública sobre este tema”, disse.
Segundo Siqueira, o objetivo é que, no futuro, as consultas feitas por meio da nova ferramenta sejam vinculativas. “Eu não vejo o trabalho do partido sendo apenas de cúpula. O nosso objetivo é colocar no nosso estatuto que determinadas pesquisas, quando se tratar de temas absolutamente estratégicos para o desenvolvimento do país, e para a vida partidária, sejam vinculativas”, ressaltou.
Para o presidente, o partido permanecerá crescendo se for capaz de fazer “essa oxigenação partidária”, proposta com a Plataforma de Democratização da Gestão Partidária. “Nós só seremos capazes de manter no cenário em crescimento se formos coletivamente capaz de fazer essa oxigenação partidária, e essa democratização é absolutamente importante”, disse.
“E vocês têm o papel educativo nos seus estados de levar isso a essa militância. O primeiro trabalho é o de que o militante se sinta dono do partido, participante, que possa contestar, contribuir e sobretudo possa ser ouvido, e que ele exija que possa ser ouvido”, finalizou.

Foto: Humberto Pradera
Compromisso com a história
Durante o evento, o vice-presidente de Relações Governamentais do PSB, Beto Albuquerque, destacou a importância do papel da Fundação João Mangabeira na formação de quadros próprios e alinhados com as bandeiras históricas do partido. “Quero destacar o esforço que a Fundação vem fazendo na formação de líderes e na qualificação do partido. Precisamos ter gente nossa. Aqui tem cabeças pensantes, aqui tem a chave do compromisso ideológico e histórico do partido”, declarou.
Ao defender projeto próprio do PSB para 2018, Beto Albuquerque afirmou que o partido deve ter “ousadia”, sobretudo no atual momento em que forças conservadoras avançam na política.”O ano que vem será o ano do inusitado na política, e nós precisamos sair da mesmice. Não brinquemos com o discernimento da sociedade que está cansada da repetição das mesmas práticas políticas. Temos oportunidade única, se desejarmos, de construirmos uma mensagem nova, diferente”, declarou.
“Esse partido tem uma tarefa séria, no meu juízo, que é ter em mente a possibilidade de ter candidatura própria em 2018, que fale a nossa língua. Eu acho que temos que ter mais ousadia nesse processo. Mas a ousadia não pode ser voluntarista, individual, não pode ser vazia, não pode ser populista, não pode ser de negação da política e dos políticos. A ousadia também não pode ser refém dos condicionamentos que estão aí vulgarizados na sociedade, onde o conservadorismo e a guinada mais à direita está tomando conta de muitas definições”, salientou.
O vice-presidente defendeu ainda que, para ser protagonista nas próximas eleições, o partido deve se apropriar de ideias novas, e destacou que os congressos ao longo do ano serão fundamentais para o debate de propostas.”Quem tiver conteúdo e mensagem pode sim arrastar milhões e eu acho que nós temos exemplos, temos a faca e o queijo na mão para termos protagonismo em 2018”, disse.“Temos que aproveitar esses congressos e debates para dizer para onde queremos ir, com que jeito, com que conteúdo, com que proposta. Vocês têm que nos dar a mensagem, porque onde quer que estivermos, nós todos vamos estar falando a mesma língua e olhando para a mesma direção”, destacou.
Durante a reunião, Carlos Siqueira e Casagrande empossaram o comitê de coordenadores da Fundação, que terá como função divulgar ações de êxito nos governos socialistas para colaborar com a proposição de políticas públicas dentro do partido.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional