O “Cinturão Digital”, programa que leva internet a 85% da população urbana do Ceará, foi apontado na Câmara dos Deputados como exemplo para universalização da internet no País. Os detalhes do projeto foram apresentados nesta quarta-feira (7) na Comissão de Ciência e Tecnologia pelo presidente da Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice), Fernando Carvalho.
Com o custo de pouco de R$ 70 milhões, o Ceará construiu uma rede de fibra ótica de 2,6 mil km conectada em 92 cidades. O objetivo do “Cinturão” é levar banda larga principalmente aos órgãos públicos, escolas, universidades e hospitais do Estado. “Com o Cinturão, é possível se fazer telemedicina, por exemplo. Em novembro, o ministro Aloizio Mercadante viu como é possível fazer uma ultrassonografia a distância. Isso é viabilizado pelo projeto”, explica o deputado federal Domingos Neto (PSB-CE).
O projeto deu tão certo que foi elogiado na primeira parte da audiência pelo presidente da Telebrás, Caio Bonilha. “No Ceará, o Plano Nacional de Banda Larga consegue uma maior penetração justamente por causa do Cinturão Digital”, explicou. O projeto, no entanto, não leva internet grátis às residências dos cearenses. “Nesse caso, as empresas entram no sistema e, a partir da concorrência, levam a internet mais barata para a casa das pessoas”, explica Carvalho.
O objetivo foi cumprido. O serviço de internet hoje no Ceará custa em média 20% menos que em São Paulo. E enquanto o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) leva o serviço a R$ 35 por mês ao cidadão com velocidade de 1 Mbps, no Ceará, a franquia de velocidade já é de 5 Gb por mês.
O deputado federal Paulo Foletto (PSB-ES) considera o caso do Ceará exemplo para todo o país. No Espírito Santo, o governador Renato Casagrande já se reuniu com a Telebrás e estuda a implantação de um projeto semelhante no Estado. “Queremos levar essa tecnologia para o Espírito Santo até o fim do mandato”, explica Foletto.