Um levantamento realizado pela ONG Contas Abertas mostra que o governo federal autorizou o gasto de R$ 277,3 bilhões com "juros e encargos de dívida". O valor supera o total investido nos últimos 15 anos para transferência de renda a famílias carentes: R$ 221,7 bilhões.
O montante para pagamento de juros da dívida corresponde a 10% da previsão de gastos para 2015. Segundo o Contas Abertas, a despesa tende a aumentar ainda mais, já que os juros não param de subir diante da dificuldade em conter a inflação.
Na resolução aprovada pela sua Executiva Nacional, na última quinta-feira (27), o PSB alertou que a elevação dos juros poderia afetar conquistas sociais. "Para que serve elevar os juros à estratosfera, se não para aumentar o lucro dos bancos e aprofundar a recessão e a provocar a explosão da dívida pública? O inacreditável é que um governo liderado por uma força que se afirma de esquerda, submeta-se a tamanha rendição a uma política de viés tão liberal e conservador. Cabe lembrar que, além disso, a crise provocou um enorme desemprego que deve atingir este ano mais de um milhão de habitantes", diz o documento.
Para o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, Dilma Rousseff adota medidas contraditórias em relação a tudo que seu partido sempre pregou."Estamos diante de medidas neoliberais, que aprofundam a recessão e o desemprego. Estamos diante de um quadro que se não houver solução da crise política, não haverá soluções para as demais crises", afirma Siqueira.
Na opinião de Gil Castello Branco, fundador do Contas Abertas, as despesas com juros não baixarão tão cedo devido ao desajuste provocado na economia com finalidade eleitoreira. No início do ano passado, a ONG alertou para as pedaladas fiscais promovidas pela presidente Dilma Rousseff. “Esconderam a doença e agora estão sendo obrigados a usar uma medicação muito forte (os juros altos) com graves efeitos colaterais”, disse.
Assessoria de Comunicação/PSB