A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência contra Jovens Negros e Pobres ouviu nesta terça-feira (2) diversas autoridades do estado de Pernambuco. A reunião serviu para que parlamentares pudessem se informar a respeito dos números e casos de violência, morte e desaparecimento de jovens negros e pobres naquela região. Os deputados Pastor Eurico (PSB-PE), Bebeto Galvão (PSB-BA) e Glauber Braga (PSB-RJ) estiveram presentes ao debate.
Primeiro orador entre os socialistas, o deputado Pastor Eurico afirmou estar tranquilo com a presença das autoridades pernambucanas. “Quando falamos em CPI, a ideia que se tem é negativada. Hoje o estado não esconde a realidade e a questão dos negros e pobres nos preocupa. Porém, após uma ação comprovada de gestão contra a violência e investimento em segurança, ainda no governo de Eduardo Campos, Pernambuco deu a volta por cima”, afirmou.
Olhando para o estado em debate, o socialista afirmou que a população nativa é mesclada e que a droga é o principal causador dessas mortes. “Entendemos que as mortes que estão ainda acontecem lá, acontecem também em outros lugares. Hoje a educação e a formação mudaram e a causa maior desses delitos é o uso das drogas. Os boletins de ocorrência omitem isso, mas ela é a grande culpada pelas desgraças que vivemos no País inteiro”, completou Pastor Eurico.
O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Liberato, afirmou que o estado está conseguindo montar um esquema de parceria entre as polícias e o Poder Judiciário que está, aos poucos, reduzindo o número de homicídios. "O trabalho é integrado, não só entre as polícias civil, militar, científica e bombeiros, mas com o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria e com todos aqueles que fazem a segurança", disse Liberato.
Outras autoridades pernambucanas que participaram da audiência foram o comandante-geral da Polícia Militar, Antônio Francisco Pereira Neto; o delegado-chefe da Polícia Civil, Antônio Barros Pereira de Andrade; e o defensor público geral, Manoel Jerônimo de Melo Neto.
Números – No ano de 2007, o estado de Pernambuco apresentava uma taxa de homicídios de 56 para 100 mil habitantes. Atualmente, esse número é de 39 para 100 mil habitantes, uma redução de 28,7%. Mesmo assim, o estado ainda se encontra entre os mais violentos do País. Quando os números são separados entre negros e brancos, o número de negros assassinados chega a 58 por 100 mil, enquanto o de brancos é de 5 por 100 mil.
O presidente da CPI, deputado Reginaldo Lopes, (PT-MG), afirmou que a comissão vai ouvir representantes dos seis estados com os menores e os seis estados com os maiores índices de homicídios. "Porque nós queremos conhecer qual é a política que está sendo implementada. O que fazer? Quais os casos de sucesso? O que é que deu certo? O que é que deu errado?", encerrou.