O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB/ES), anunciou hoje que o ano safra da agropecuária e da pesca no estado, que iniciou em julho de 2012 e vai até junho de 2013, deve bater o recorde de aplicação de crédito rural pelos agropecuaristas e pescadores. Somente no segundo semestre de 2012 já foram aplicados cerca de R$ 1,29 bilhão nas diversas cadeias produtivas que compõem o agronegócio estadual. Esse montante parcial, de apenas seis meses, já é o maior de todos os tempos no Espírito Santo.
Ao todo, o Plano de Crédito Rural para o Espírito Santo – Safra 2012/2013, lançado em julho do ano passado pelo Governo do Estado, em parceria com os agentes de crédito do Espírito Santo, tem como meta a aplicação de R$ 2 bilhões para financiar investimentos e custeio das atividades agropecuária e pesqueira no território capixaba. O montante representa acréscimo de 11% de valor em relação ao ano safra 2011/2012, onde foram aplicados R$ 1,8 bilhão.
As taxas variam de 0,5% a 5,5% ao ano, dependendo da categoria ou porte do agricultor (familiar, médio ou grande) e dos vários tipos de linhas de crédito.
“Esses recursos representam um somatório de pequenos e médios investimentos em todos os municípios do interior capixaba, que têm na agricultura e seus negócios associados a sua base socioeconômica, e proporcionam uma verdadeira revolução no campo, garantindo postos de trabalho, inclusão, geração de renda e oportunidades para muitos cidadãos do Espírito Santo”, avalia o secretário Estadual de Agricultura, Enio Bergoli.
Os recursos para o Plano de Crédito Rural para o Espírito Santo são disponibilizados por meio de uma parceria entre a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Banestes, Bandes, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, SICOOB, Organização das Cooperativas do Brasil (OCB-ES), Governo Federal e de representações do público beneficiário do Plano, com destaque para Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (Faes), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Espírito Santo (Fetaes) e Federação das Colônias e Associações de Pescadores e Aquicultores e Federação das Associações de Pescadores Profissionais, Artesanais e Aquicultores do Espírito Santo (Fapaes).
“O crédito é um grande indicador de desempenho e de competitividade da agropecuária, pois, normalmente, quem aplica crédito confia na sua atividade, investe em novas tecnologias, reduz custos unitários de produção, aumenta o rendimento por área cultivada, amplia a produção e melhora a renda da propriedade rural como um todo”, afirma Bergoli.
Até o momento já foram realizadas 35,4 mil operações de crédito rural, das quais cerca de 21 mil foram contratadas pelos agricultores familiares, aqueles que dispõem de pequenas propriedades e conduzem seus negócios no campo através de gestão da própria família. “Fazer com que o crédito chegue efetivamente a quem mais precisa, aos pequenos produtores, parceiros rurais, pescadores artesanais e comunidades tradicionais é um objetivo estratégico do Governo do Estado, e contribui para o desenvolvimento harmônico e equilibrado das diversas regiões do Espírito Santo”, comemora o secretário.
Para ter acesso ao crédito, os agricultores e pescadores devem recorrer às instituições financeiras ou ao escritório do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) no município onde está localizada a propriedade rural.
Prioridades
O Plano de Crédito Rural disponibiliza recursos para todas as cadeias produtivas desenvolvidas no Espírito Santo. Entretanto, algumas atividades são prioritárias, como a cafeicultura (para promover a melhoria da qualidade e da produtividade, a renovação das lavouras, a aquisição de equipamentos para colheita e preparo), a fruticultura (produção e agroindustrialização, novos plantios), pecuária de leite (melhoria da qualidade e produtividade leiteira, sistema de pastejo rotacionado, irrigação de pastagens), agricultura poupadora de recursos naturais e plantios florestais (ampliação de áreas com cultivos sustentáveis) e a pesca artesanal. Também há uma ênfase especial para a renovação das lavouras cacaueiras.