Durante audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, a representante do Ministério das Comunicações (MC), Patrícia Ávila, afirmou que o maior desafio para a implementação do sinal digital de televisão no País é o replanejamento dos custos e a aplicação de políticas públicas para informar a sociedade sobre o processo. O colegiado debateu, nesta terça-feira (22), o cronograma de transição da TV analógica para a TV digital.
Para receber a TV digital é necessário utilizar um sistema de transmissão e recepção de sinais de televisão que otimiza o uso da infraestrutura (satélites, cabos, torre e equipamentos). O operador da rede deverá montar infraestrutura que proporcionará alta definição, multiprogramação, mobilidade, portabilidade e interatividade. Para isso é necessário um aparelho de televisão de alta definição ou um aparelho conversor de sinal.
De acordo com Patrícia, a previsão é que a TV analógica seja desligada até 2018, quando todas as regiões brasileiras tiverem condições de receber a TV digital. Segundo a representante do MC, o Governo Federal fará um Plano de Comunicação maciço para conseguir informar para toda população que o sinal digital é livre, aberto e gratuito. Em relação ao custo do aparelho, Patrícia afirmou que o Governo estuda adotar subsídios para as famílias de baixa renda. “69% dos consumidores brasileiros já trocaram de TV, e a capacidade de produção da indústria é de mais de 10 milhões de televisores em seis meses.”
Sempre atenta ao futuro das Comunicações no País, a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) demonstrou preocupação com o custo que o processo pode ter para os estados e municípios, que em muitos casos são os responsáveis pela retransmissão dos canais analógicos. “Temos que saber se, de fato, as regiões mais carentes terão condições de arcar com o custo. O processo de transição ainda possui muitos ruídos e desinformação.”
Para o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, Daniel Slavieiro, o Governo deve mesmo ficar atento à dificuldade dos estados e municípios de arcar com os custos da transição. Daniel também chama atenção para a necessidade de um cronograma com a ordem das cidades que serão desligadas para que a população se programe. “As próprias emissoras devem ajudar na divulgação das cidades que terão o sinal alterado. A implementação do sinal digital será o grande momento da TV aberta, que é hoje o maior canal de informação da população brasileira”, finaliza.