
Foto: Agência Câmara
O deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE) irá solicitar nesta quarta-feira (6), ao Tribunal de Contas da União, uma auditoria do projeto de privatização da Eletrobras. No requerimento, que será
protocolado na Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (Cindra), o socialista questiona o valor da venda e o impacto que a privatização terá nas tarifas de
energia.
O governo federal espera arrecadar R$ 16,2 bilhões com a desestatização da empresa. Mas, esse valor equivale praticamente ao lucro da estatal em 2018, de R$ 16 bilhões, observa o deputado.
“Nós estamos vendendo a soberania do país e tudo que representa o patrimônio da Eletrobras praticamente entregando por um ano de lucro da empresa”, critica o deputado, que coordena a Frente Parlamentar em Defesa da Chesf, uma das subsidiárias da estatal.
O socialista destaca preocupação com as consequências da privatização do setor. “Queremos entender o que leva o governo a vender algo estratégico para a soberania do país”, afirma.
Pelo projeto apresentado pelo governo Bolsonaro nesta terça-feira (5), a União ficará com menos de 50% das ações da empresa. De acordo com o deputado, a descotização pode aumentar a conta de luz em até 16%. A alta também causará grande impacto no setor industrial.
“A empresa tem um lucro anual de R$ 13 bilhões. Além de venderam uma empresa estratégica, o valor orçado pelo governo mostra que o controle da estatal será vendido a preço de banana”, declara o deputado.
Principal ‘ativo’ para o desenvolvimento do Nordeste, o rio São Francisco não pode ser ‘entregue’ ao setor privado, opina o socialista.
“No caso do Rio São Francisco, ele é o principal ativo para desenvolvimento do Nordeste. Não se pode entregar as chaves da caixa d’água para uma empresa privada. Nosso questionamento não é sobre o conceito de privatização em si. Mas o Estado não pode prescindir de atuação. Não podemos aceitar essa privatização sem o conhecimento dos dados”, afirma.
O requerimento de informação deve ser votado na comissão na próxima semana. O projeto de privatização, após a análise de sua constitucionalidade, será destinado para uma comissão especial na Câmara.
Com informações da assessoria de imprensa