
A deputada distrital Dayse Amarilio (PSB) durante a audiência pública O tráfico de pessoas sob a ótica de gênero realizada em 18 de agosto de 2025, no plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Foto: Carolina Curi/Agência CLDF
A deputada distrital Dayse Amarilio (PSB) fez um alerta para o crescimento do tráfico de pessoas no ambiente virtual, durante audiência pública realizada na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), nesta semana. Segundo a parlamentar, a internet tem se tornado um território fértil para a atuação de redes criminosas, que se infiltram nas residências brasileiras por meio das telas, sem levantar suspeitas. O Distrito Federal, como alertou, não está imune a essa realidade.
Mulheres e meninas representam a imensa maioria das vítimas desse crime. Segundo Dayse Amarilio, 80% das vítimas de tráfico de pessoas no Brasil são mulheres, a maioria com idades entre 10 e 29 anos.
“Precisamos multiplicar as informações para que o tráfico de pessoas seja devidamente enfrentado, e não apenas informado”, defendeu a deputada. A parlamentar disse ainda que o medo de denunciar perpetua o ciclo de silêncio que dificulta o combate a essa violência.
Durante a audiência, foram apontados desdobramentos concretos para reforçar o enfrentamento ao tráfico de pessoas, como a elaboração de um projeto de lei sobre o tema, o fortalecimento das políticas públicas com previsão orçamentária específica e a ampliação de campanhas de conscientização e prevenção, especialmente nas escolas e redes de saúde.
O debate também trouxe à tona a importância de abordar o recorte de gênero nas ações de combate, já que muitas mulheres são atraídas por falsas promessas de emprego ou estudos e acabam vítimas de exploração sexual, adoção ilegal, servidão ou até do tráfico de órgãos. Conforme o artigo 149-A do Código Penal, o tráfico de pessoas é crime e abrange diversas formas de aliciamento, transporte e exploração, praticadas com uso de ameaça, coação, fraude ou abuso.
Comprometida com a defesa dos direitos das mulheres, Dayse Amarilio reafirmou que seguirá mobilizando o parlamento e a sociedade civil para debater o enfrentamento ao tráfico de pessoas com a urgência e a seriedade que o tema exige. “Esse crime só será enfrentado com políticas sérias, informação de qualidade, denúncias e redes de proteção”, disse.






