O debate "A Voz das Ruas", que o PSB e a Fundação João Mangabeira (FJM) realizam nesta quarta-feira (26), em Brasília, será transmitido ao vivo pela TV João Mangabeira a partir das 15 horas. O acesso deve ser feito pelo site: http://www.tvjoaomangabeira.com.br
O anúncio foi feito pelo primeiro Secretário Nacional do partido e presidente da Fundação, Carlos Siqueira, que com a iniciativa pretende promover uma aprofundada discussão sobre o significado, a importância e a dimensão das manifestações populares que, nas últimas duas semanas, levaram milhões de pessoas às ruas em mais de 100 cidades do país.
“Convido todas e todos a participarem deste importante debate que tem como objetivo colaborar com a população. As manifestações foram geradas por uma insatisfação acumulada da sociedade, cansada de não ter suas demandas mais básicas atendidas. Precisamos entender este processo legítimo e democrático”, explicou Carlos Siqueira.
Do debate participarão lideranças, parlamentares e militantes do PSB, que terão como convidados especiais a diretora do IBOPE, Márcia Cavallari Nunes; o professor de Ciências Políticas da Universidade de São Paulo (USP), Leandro Piquet Carneiro, pesquisador do Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas da mesma universidade; e o sociólogo Jessé José Freire de Souza, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais, e a deputada Federal, Luiza Erundina (PSB-SP).
Confira abaixo os currículos dos convidados:
Márcia Cavallari Nunes
Mestre em Ciências Políticas, com concentração em Pesquisa de Opinião Pública, pela Universidade de Connecticut (EUA), e Bacharel em Estatística pela Universidade de São Paulo. Trabalha há 23 anos com pesquisa. Atualmente ocupa o cargo de Diretora Executiva do IBOPE Opinião. Publicou diversos artigos , entre eles “O Papel das Pesquisas”, 2000, “Pequisas Qantitativas: O império dos números”, 1994, “Desigualdade Educacional e plebiscito: níveis de conceituação, do abstrato ao aleatório” e “Pesquisa Quantitativa”, 1992.
Leandro Piquet Carneiro
Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1988), especialização em métodos quantitativos de pesquisa pelo ICPSR, Universidades de Michigan (1992 e 1993), mestrado em Ciência Política pelo IUPERJ (1990) e doutorado em Ciência Política pela mesma instituição (1998). Pesquisador visitante do Taubman Center da JFK School of Government (2007), é professor doutor do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo e pesquisador do Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas (NUPPs) da mesma universidade.
Membro de conselho editorial da Revista Opinião Pública do CESOP, Universidade Estadual de Campinas, tem experiência na área de ciência política, com ênfase em estudos quantitativos sobre o crime e a violência. Foi pesquisador do ISER no Rio de Janeiro entre 1991-1998, onde foi um dos fundadores do Núcleo de Pesquisa daquela instituição e posteriormente coordenador do Programa de Pesquisa em Segurança Pública e Direitos Civis. Nesse período, participou como pesquisador do projeto comparativo Atitudes e Normas Frente à Violência na América Latina, da Organização Pan-Americana de Saúde (1996-97), do estudo Magnitude e Custos Econômicos da Violência, desenvolvido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (1997-98) e ainda do estudo comparativo Determinantes da Violência na América Latina.
É pesquisador principal do projeto temático FAPESP Democracia e Governo Local desde 1997. Coordenou a Pesquisa de Vitimização de São Paulo (2003) no Instituto Futuro Brasil (IFB) e atualmente coordena o fórum "Um Novo Repertório de Estratégias Frente ao Crime e a Violência na América Latina no Instituto Fernando Henrique Cardoso".
Jessé José Freire de Souza
Possui graduação em Direito pela Universidade de Brasília (1981), mestrado em Sociologia pela Universidade de Brasília (1986), doutorado em Sociologia pela Karl Ruprecht Universität Heidelberg, Alemanha (1991) e livre docência em sociologia pela Universität Flensburg, Alemanha (2006). Realizou estágios pós-doutorais na New School for Social research de Nova Iorque, EUA (1994-1995) e, como Professor visitante, na Universität Bremen, Alemanha (1999-2000). Escreveu como autor e organizador 23 livros, em diversas líguas, sobre teoria social, pensamento social brasileiro e estudos teórico/empíricos sobre desigualdade e classes sociais no Brasil contemporâneo.
Atualmente é Professor titular de sociologia da UFJF e coordenador geral do CEPEDES/UFJF (Centro de pesquisa sobre desigualdade social). Neste instituto coordena duas pesquisas: 1) uma pesquisa nacional sobre a "sociodicéia do privilégio" cuja finalidade é analisar a especificidade das classes dominantes e da dominação social no Brasil. 2) Outra pesquisa, esta internacional, em conjunto com colegas alemães e indianos, acerca das formas de classificação e legitimação social prevalecentes no Brasil, na Alemanha e na Índia.
Essas pesquisas teóricas e empíricas em desenvolvimento – que se somam às pesquisas já realizadas acerca das classes populares no Brasil (ver os livros sobre a ralé brasileira e os batalhadores brasileiros) e à análise teórica da reprodução simbólica no capitalismo desenvolvidas nos livros "A construção da subcidadania" e "Die Naturalisierung der Ungleichheit"- são passos necessários para projeto de longo prazo de desenvolver uma "teoria social crítica" para a modernidade central e periférica, demonstrando a necessidade da construção de um quadro de referência teórico comum a todas as sociedades modernas, sejam elas "centrais" ou "periféricas".
Luiza Erundina
Com uma vida inteira dedicada à Política, Luiza Erundina assumiu seu primeiro cargo público no ano de 1958, quando foi Secretária de Educação de Campina Grande, na Paraíba, seu estado de origem. Em 1971 emigra para São Paulo, perseguida pela ditadura militar. No ano de 1980, participa da fundação do PT (Partido dos Trabalhadores) e em 1982 elege-se vereadora da cidade de São Paulo. Quatro anos depois, em 1986, é eleita deputada estadual e em 1988, elege-se prefeita da maior cidade da América Latina, São Paulo, sendo a primeira mulher a assumir o cargo na capital paulista. Em 1993, depois do impeachment do presidente Collor, Luiza Erundina é nomeada ministra da Secretaria da Administração Federal, no governo Itamar Franco. No ano de 1998, já no PSB (Partido Socialista Brasileiro), é eleita deputada federal por São Paulo.
Atualmente Luiza Erundina está no seu quarto mandato como deputada federal e é coordenadora da Frente Parlamentar pela Reforma Política com Participação Popular que, luta por uma reforma política ampla, capaz de corrigir as graves distorções do sistema partidário e eleitoral e coibir os desvios éticos que têm marcado historicamente, a vida política brasileira e também, coordena a Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular (Frentecom), onde, dentre os principais pontos tratados, estão a garantia do exercício da liberdade de expressão e do direito a comunicação, além da reformulação do Marco Regulatório do setor. Destaca-se ainda na luta pela ampliação da participação das mulheres na política, pela democratização dos meios de comunicação no Brasil e pela reforma do sistema político brasileiro.