Deputados do PSB apresentaram um projeto de lei em defesa da cultura brasileira e que estabelece normas gerais para a atuação do governo federal no desenvolvimento desta área.
No PL 5540/19, os socialistas defendem o princípio da “Cultura sem Censura”, prevendo que qualquer produção ou manifestação cultural apoiada por dinheiro público não deve sofrer suspensão ou restrição de apoio dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário por quaisquer motivos discriminatórios e autoritários – sejam políticos, ideológicos, religiosos, de gênero, orientação sexual, raça, cor, etnia ou procedência nacional.
A proposta da bancada socialista é feita num momento em que a cultura no país está sendo ameaçada pelo governo de Jair Bolsonaro.
Cortes de recursos já aprovados para produções cinematográficas; a censura a filmes de temática LGBT; a exclusão de cineastas brasileiros na nova composição do Conselho Superior do Cinema; a suspensão, pelo Ministério da Saúde, de divulgação de cartilha voltada para a população de mulheres transexuais; a ausência de menção a homossexuais nas campanhas de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis veiculadas durante o carnaval são algumas das medidas tomadas pelo governo de Bolsonaro.
No texto de justificativa, os socialistas destacam que “a necessidade de regulamentar a atuação do Estado no âmbito do fomento à cultura se tornou tema de primeira necessidade”, devido ao recente e reiterado uso de “fundamentos discriminatórios” para suspender ou restringir ações culturais patrocinadas com verbas públicas.
Afirmam ainda que a atuação do Estado no fomento cultural deve ocorrer com respeito à diversidade, à liberdade de expressão e à dignidade da pessoa humana. “O uso de recursos públicos não pode ser condicionado por discriminações de qualquer natureza”, defendem.
Líder da oposição na Câmara e coautor do PL, o deputado federal Alessandro Molon explica que o PSB se prontificou a apresentar este projeto porque “os brasileiros estão estarrecidos assistindo às tentativas de censura dos produtores culturais do teatro, do cinema e de outros tipos de espetáculos”.
O socialista e também coautor Aliel Machado (PR) criticou as notícias falsas sobre a proposta apresentada pelo partido e afirmou que isso apenas atrapalha o desenvolvimento cultural do Brasil, que é referência para o mundo em produção cultural. Ele explicou que todas as questões legais sobre o tema, como classificação indicativa, por exemplo, permanecem preservadas.
“Hoje há uma demagogia muito grande, muitas fake news que acabam atrapalhando o desenvolvimento cultural do nosso país. O PSB apresenta esse projeto para proteger nossa cultura e, principalmente, respeitar quem produz arte no Brasil”, disse.
Na última quarta-feira (16), o líder do PSB na Câmara, deputado Tadeu Alencar, lançou em sessão solene a Frente Parlamentar em Defesa do Cinema e do Audiovisual Brasileiros. Na ocasião, destacou que é muito preocupante o atual processo de desestruturação das políticas públicas na área da cultura, em especial no audiovisual, “por motivos puramente ideológicos”.
Liberdade nas artes! PSB apresenta projeto Cultura sem Censura na C.Deputados, no lançamento (16/10) da Frente Parlamentar em Defesa do Cinema e do Audiovisual. @alessandromolon (PSB-RJ) e @alielmachado (PSB-PR)https://t.co/RC7Jrg5SMk pic.twitter.com/HohbY3D7Ze
— PSB Nacional 40 (@PSBNacional40) October 18, 2019
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional