Os deputados socialistas Walter Feldman (SP) e Pastor Eurico (PE), membros da Frente Parlamentar Amigos do Tibete em defesa do diálogo China – Tibete, estão desde o dia 1º de novembro em missão oficial em Dharamsala, na Índia, Administração Central Tibetana. Em nome da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, os deputados foram à missão com o objetivo de se familiarizar com os problemas e a experiência da democracia Tibetana no exílio.
De acordo com Feldman, a visita também é uma oportunidade para os membros da Frente acompanharem o funcionamento das instituições educacionais e o sistema operacional de preservação da cultura tibetana.
Recebidos pela Santidade o Dalai Lama, os parlamentares devem se encontrar ainda com o presidente e o vice-presidente da Assembleia de deputados do povo tibetano. “No encontro teremos a oportunidade de saber um pouco mais de como está a relação do Tibete com a China e assim embasar nosso trabalho na Frente Parlamentar Amigos do Tibete”, explica Feldman.
Segundo o representante de Dalai Lama, Tsewang Phuntso, a administração Central Tibetana está continuamente empenhada em encontrar uma duradoura solução para a questão do Tibete por meio de diálogos com autoridades chinesas no sentido de uma autonomia genuína no quadro da constituição chinesa.
A independência do Tibete
Disputada por outras nações além da China – como Taiwan e Índia – internamente o Tibete reivindica independência e autonomia. A região construiu um universo cultural próprio, que inclui a língua tibetana e o budismo como religião, tendo como líder espiritual o dalai-lama.
Após sua incorporação à China comunista de Mao Tse Tung, em 1949, grandes esforços foram realizados para desenvolver a economia e mudar os valores tradicionais locais, o que deu início às tensões entre os chineses e os tibetanos, que ofereceram forte resistência à imposição da ideologia marxista do líder chinês.
A política oficial da China tem sido mais tolerante e conciliatória no Tibete deste os anos 1980, o que resultou – até a eclosão da recente crise com a China – na melhora nas relações entre os povos locais e chineses, no desenvolvimento da economia e do turismo internacional.
Andrea Leal com informações da Folha de S. Paulo