A preocupação com a escassez de água é tema recorrente em todo o mundo. Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que a falta de água atinge 20% da população mundial. Para o futuro os dados são ainda mais preocupantes, pois estima-se que até 2025 esse percentual deve atingir 33%. Os motivos variam entre desperdício, falta de planejamento, descaso ambiental, mudanças climáticas e aumento de demanda.
Atento a essa realidade, o deputado federal Dr. Ubiali (PSB-SP) chamou a atenção dos parlamentares, nesta terça-feira (3), no Plenário da Câmara, para a necessidade de investimentos em novas tecnologias para armazenar, reciclar e de dessalinizar a água. O socialista também defende o uso consciente da água.
De acordo com o parlamentar, grandes empresas, como a americana General Eletric, a alemã Siemens e a francesa Veolia e Suez, já investem bilhões de dólares em novas tecnologias que envolvem o tratamento de água para as indústrias e municípios em todo o mundo. “O Brasil também precisa ficar atento a isso. Hoje mais de 20% da população mundial não têm acesso a água potável”.
No fim de 2006, o mundo tinha capacidade global de produzir 42,7 milhões de metros cúbicos de água por dia por meio da dessalinização, de acordo com Ubiali. “Estima-se que essa capacidade deva saltar para 106,6 milhões de metros cúbicos por dia em 2016.” As usinas hoje se concentram no Oriente Médio, Austrália e nos Estados Unidos.
O deputado lembrou que novas fontes de água dependem da construção de represas, que demandam áreas para serem alagadas, tempo e recursos financeiros que são pouco acessíveis atualmente, “o que reforça a necessidade de preservação e uso adequado dos mananciais existentes”, completa.
Desperdício
Outro ponto levantado por Dr. Ubiali é o desperdício da água distribuída aos consumidores domésticos das grandes cidades. Pesquisa realizada pela Comissão Mundial de Água mostra que o percentual de desperdício chega a 70%. A pesquisa mostra também que cerca de três bilhões de habitantes de todo o mundo estão vivendo sem o mínimo necessário de condições sanitárias. “Em razão desses graves problemas, espalham-se diversas epidemias de doenças como diarréia, leptospirose, hepatite e febre tifóide, que matam mais de 5 milhões de pessoas por ano”, acrescenta o socialista.
Para Dr. Ubiali, o reaproveitamento da água – processo pelo qual é tratada ou não, e reutilizada para o mesmo ou outro fim – pode ajudar no problema. “A Coleta da água da chuva em cisternas pode ser uma meta para brasileiros que sofrem com a crescente seca”, finaliza o socialista.