O grande resultado das urnas para o PSB é político, e não apenas eleitoral, e um crescimento no patamar do que ocorreu no Primeiro Turno exigirá enorme responsabilidade, tato e paciência do partido. A avaliação foi feita hoje pelo presidente Nacional do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ao abrir a primeira reunião da Executiva Nacional do partido após as eleições do dia 7. “As urnas mostraram não apenas a qualidade e capacidade de nossos candidatos de fazer alianças e oferecer boas soluções para as cidades”, ponderou. “Mostraram, ao mesmo tempo, que houve um vento de renovação no país. Onde foi apresentando algo novo, de conteúdo, a população se agarrou a isso, e o PSB foi o principal caminho escolhido”.
No balanço dos resultados do PSB no Primeiro Turno, feito pelo primeiro secretário do partido, Carlos Siqueira, esse crescimento ficou evidente: o PSB elegeu 434 Prefeitos e 3.556 Vereadores em todo o país. Números que, nas últimas eleições, em 2008, ficaram em 310 e 2.963, respectivamente. Dentre esses novos eleitos estão os Prefeitos de duas importantes capitais: Marcio Lacerda, em Belo Horizonte, e Geraldo Julio, em Recife, este último presente à Executiva e bastante aplaudido.
Além disso, destacou Siqueira, o partido está na disputa do Segundo Turno em outras três capitais – Fortaleza, com Roberto Claudio, Cuiabá, com Mauro Mendes, e Porto Velho, com Mauro Nazif. E também segue concorrendo em quatro cidades-pólo: Duque de Caxias (RJ), com Alexandre Cardoso, Petrópolis (RJ), com Rubens Bomtempo, Uberaba (MG), com Antônio Lerin, e Campinas (SP), com Jonas Donizette.
“O PSB foi o partido que registrou o maior crescimento nessas eleições, tanto em número de Prefeitos como em eleitorado a governar a partir de 2013”, destacou Carlos Siqueira. “Também foi nosso o maior índice de reeleição: reconduzimos 71% dos nossos Prefeitos (163 candidatos), contra uma média nacional de 50%”.
O primeiro secretário Nacional do partido parabenizou a todos os socialistas que concorreram, aos que foram eleitos e, dentre esses, fez uma menção especial ao novo Prefeito de Recife, Geraldo Julio. “Parabéns a ele, que nunca tinha se candidatado nem a Vereador e fez uma campanha de veterano, e parabéns ao presidente do nosso partido, que teve a coragem de lança-lo candidato, contra tudo e contra todos”.
Próximos passos
Eduardo Campos afirmou que o PSB tem dois deveres de casa a fazer, encerrado o Primeiro Turno. O primeiro é consolidar o crescimento apresentado nessa primeira rodada de votação, garantindo que os candidatos do partido que seguiram na disputa no Segundo Turno sejam eleitos. “Vamos destacar companheiros da direção nacional para acompanhá-los e participar intensamente de suas campanhas nas próximas semanas, até o dia 28”, adiantou.
Segundo ele, esse momento é fundamental para o fechamento do quadro positivo que vive o partido e será complementado, já em novembro, por um grande seminário com os Prefeitos eleitos. O objetivo será delinear as medidas necessárias diante dos quadros recebidos das gestões anteriores, inserindo ai os programas e experiências exitosas do PSB na administração municipal. “Também iremos promover um grande debate sobre as condições financeiras em que se encontram os municípios, os reflexos da crise internacional na economia brasileira e as consequências que terão as medidas que o Governo Federal está promovendo em dez setores chaves da área econômica”, apontou. Ele destaca nessa agenda o estabelecimento de um novo marco do petróleo, a redução das tarifas de energia elétrica e a Medida Provisória que tenta modernizar a logística dos portos e ferrovias.
O presidente do PSB acredita que, em função do bom resultado das urnas, caberá ao partido promover esse debate “que ninguém quer fazer, mas envolve questões primordiais que irão estourar em breve”. “É uma pauta extremamente densa e difícil e que abrange até uma revisão do pacto federativo, a partir da situação preocupante dos Fundos de Participação dos Municípios (FPM) e dos Estados (FPE). Mas os eleitores nos colocaram essa responsabilidade e vamos assumi-la”, assegurou.
Eduardo Campos voltou a dizer que o PSB, como partido da base do Governo, está com a Presidente Dilma e é grato por seu gesto de não se envolver diretamente nas eleições, evitando o embate com aliados. Sobre a única exceção, Belo Horizonte, ele considera compreensível por ser a cidade em que a Presidente nasceu e apresentar uma configuração estratégica para o PT no momento. “Reiteramos mais uma vez: não entraremos em afrontamento direto com o PT, transformando essas eleições numa prévia da disputa de 2014, como vêm tentando setores da mídia e do próprio PT”, tornou a afirmar. “Nosso foco agora é o Segundo Turno, 2014 será discutido em 2014”.
O bom resultado dessas eleições já era esperado, revelou Campos. “Desde 2006 que viemos crescendo significativamente a cada eleição. Mas esta certamente irá gerar um olhar diferente sobre o PSB, estaremos no foco, no centro das avaliações e estou certo de que nossos candidatos eleitos farão um trabalho que nos orgulhe”, concluiu.