Experiência do governador pernambucano foi o ponto alto da abertura do evento
A participação do governador de Pernambuco e presidente Nacional do Partido Socialista Brasileiro, Eduardo Campos (PSB), foi um dos destaques na sessão de abertura da 11ª Expogestão, nesta quarta-feira (15) na cidade de Joinville (SC), que debateu o tema “Eficiência na Gestão Pública”. Campos apresentou o modelo de gestão pública implantado no estado pernambucano a partir de 2007 e que gerou resultados positivos nas áreas de saúde, educação, segurança e economia. Antes da palestra, o fundador e coordenador do MBE (Movimento Brasil Eficiente), Paulo Rabello de Castro, e o governador em exercício de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira, também destacaram a importância da gestão de qualidade no setor público.
O painel foi organizado pelo MBE e MCE (Movimento Catarinense para Excelência), entidades que atuam em prol da eficiência na gestão pública e que ganharam adesão de Eduardo Campos. Para o governador de Pernambuco, eleito com 82,8% dos votos na última eleição, a gestão pública eficiente é elemento fundamental para a transformação econômica e social. No estado nordestino, o modelo começou a ser aplicado visando ser um padrão permanente, independentemente das mudanças de governantes.
O primeiro passo foi estabelecer o tipo de posicionamento que o estado deveria ter no cenário nacional e mundial. Depois, através de seminários em diversas regiões, a população foi ouvida para eleger prioridades. Das mais de 26 mil propostas apresentadas surgiram 360 metas e estratégias que estão sendo executadas pelo governo. Decisões pela meritocracia no serviço público, valorização da carreira pública, formação de equipes de suporte e criação de mecanismo de controle social, como transparência e ouvidoria, completaram ações visando o acompanhamento constante das metas.
O modelo, reconhecido com três prêmios internacionais, ampliou em mais de quatro vezes a capacidade de investimento do estado, hoje na casa do R$ 3,5 bilhões, conforme dados apresentados por Campos. “As políticas de racionalização de custos estão ao lado de um grande esforço político e redução da carga tributária. Há quatro anos Pernambuco cresce mais que o Brasil”, comentou, ressaltando que a máquina pública precisa permanentemente ser aprimorada.
Campos ainda destacou a redução da criminalidade em 50% na capital Recife, a criação de 540 mil novos empregos, o aumento em 608% nos investimentos em educação, construção de três hospitais e 14 UPAs, entre outras melhorias, como reflexos da eficiência na gestão, que atingiu 92% de aprovação dos pernambucanos. “Isso não se consegue quando se vai pelo velho caminho. A experiência de Pernambuco mostra que é possível fazer diferente”.
ENTREVISTA
Sobre as eleições de 2014, o socialista disse que não é hora de falar sobre palanques eleitorais e alianças políticas. Para Campos,é preciso ganhar 2013, fazer o país crescer e investir na eficiência da gestão pública.
Pré-candidatura:
Não é um ano de montar palanques. Esse é um ano para nós fazermos a economia do país voltar a crescer, garantir as conquistas dos últimos anos e cuidarmos da agenda que está posta claramente diante do país. Na questão de palanques, vão ser montados em 2014, quando vamos discutir para saber agenda do partido. Em 2014 vamos estar com certeza presente na vida de todos os brasileiros.
Alianças:
Por enquanto, vamos falar de 2013, ainda nem passou do meio do ano, tem muitos desafios pela frente. O Brasil está precisando discutir a retomada do crescimento diante das nações, para que possa melhorar, para que o ano de 2013 seja melhor. Veja que 2011 foi melhor que 2010, 2012 foi pior do que 2011. A gente tem que trabalhar muito para que 2013 seja um ano bom e aí, em 2014, a gente resolver.
Gestão pública:
É preciso criar uma consciência nacional para eficiência na gestão pública. Melhorando a gestão, você melhora a qualidade dos serviços, pode abrir espaço fiscal para reduzir carga tributária, pode fazer com que a gestão na empresa privada também melhore de maneira indireta. O grande desafio é fazer um pacto político por uma gestão pública que não privilegie a velha política. É preciso uma grande renovação política e coragem para mudar.