O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) solicitou, há quase três meses, informações ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e para a Secretaria Especial de Administração da Secretaria-Geral da Presidência da República que só agora revelaram os gastos de R$ 2.452.586,11 feitos pelo presidente Jair Bolsonaro em férias em Santa Catarina e Guarujá, dos dias 18 de dezembro de 2020 a 5 de janeiro deste ano.
“É um tapa na cara do brasileiro. Em plena pandemia, quando o Brasil registrava quase 200 mil mortes, o presidente torrava o dinheiro do povo com passeios”, destacou o socialista.
Os gastos dos recursos públicos ocorreram justamente no mês em que foi encerrado os pagamentos do auxílio emergencial. “Quando o presidente cortou o auxílio emergencial alegando falta de recursos, teve um gasto milionário com férias. O valor total daria para pagar o benefício de R$300 para cerca de 8 mil pessoas. Mas a prioridade de Bolsonaro não é socorrer os mais atingidos pela crise”, afirmou Vaz.
A Secretaria-Geral da Presidência da República informou que o presidente gastou R$ 1,19 milhão em despesas com hospedagem do presidente, sua família, convidados e toda a equipe de profissionais, alimentação e bebida consumidas por todos, entretenimento (como veículos aquáticos, guias turísticos e outros serviços voltados ao lazer de todos que estavam na viagem) e despesa com locomoção terrestre ou aquática.
Já o ofício assinado pelo ministro-chefe do GSI, general Augusto Heleno, a estimativa é de cerca de US$ 185 mil em gasto total (ou aproximadamente R$ 975,5, observando a média do dólar no período em US$ 5,19), somando manutenção e combustível, com transporte aéreo em aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para os eventos privados do presidente no período em questão. Também foram gastos R$202,5 mil com passagens aéreas e diárias a agentes públicos civis e militares, valor inserido no orçamento anual do gabinete do GSI.
O deputado vai encaminhar os dados ao Tribunal de Contas da União (TCU).
“Na nossa opinião, há evidências claras de abuso da estrutura pública. Esses gastos não se justificam. Vamos enviar estes documentos ao TCU, que tem a atribuição de verificar esse exagero”, disse.
Férias e aglomerações
Bolsonaro esteve em São Francisco do Sul entre os dias 19 e 23 de dezembro e se hospedou no Forte Marechal Luz. Durante a estadia, ele pescou na baía da Babitonga, andou de jet ski, participou de evento com apoiadores e provocou aglomeração entre banhistas.
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, e o secretário da Pesca, Jorge Seif, que acompanharam o presidente na viagem, transmitiram em suas redes sociais a interação de Bolsonaro com pessoas amontoadas na praia.
Horas depois, o chefe do Executivo cumprimentou novamente pessoas que se espremiam nas grades para se aproximar dele.
O mesmo aconteceu na viagem à praia do litoral sul de São Paulo, onde ficou dos dias 28 de dezembro a 4 de janeiro deste ano, em uma base militar.
Bolsonaro usou o descanso para passear de barco em Praia Grande, cidade vizinha a Guarujá. Em dos dias, ele nadou em direção à praia e, ainda dentro d’água, foi cercado por uma multidão sem máscara aos gritos de “mito”.
A viagem ocorreu no momento em que a pandemia do coronavírus se agravava no país. No dia 31 de dezembro, o Brasil registrou 1.036 óbitos pela Covid-19 e 55.811 casos da doença em 24 horas.
Com informações da Ascom do dep. Elias Vaz e portais de notícias