O PSB debateu com representantes do Partido Comunista Chinês (PCC), na noite desta terça-feira (15), soluções e estratégias para lidar com a pandemia do coronavírus. O seminário on-line foi promovido pelo PCC e reuniu líderes de partidos políticos brasileiros.
Representantes da Escola do Partido Comunista da China (Comitê Municipal de Shangai) e do Departamento Internacional do Comitê Central do Partido Comunista da China mediaram o encontro “O papel do partido no controle e prevenção da pandemia” que, além do PSB, contou com integrantes do PCdoB, PCB e PT.
A vice-diretora de Assuntos da América Latina e Caribe do Departamento Internacional do Comitê Central do Partido Comunista da China, Fu Jie, abriu o debate dando ênfase a grande quantidade de membros do PCC na linha de frente de combate ao coronavírus.
“Das 388 pessoas que morreram a serviço da nação na luta do controle contra a epidemia, 259 eram membros do partido, o que representa 67% dos óbitos”. Jie também explicou que no momento mais crítico da pandemia em Shangai, um fenômeno inesperado ocorreu. “Muitas pessoas pediram para se filiar ao partido, mesmo sabendo que enfrentariam situações extremamente críticas”.
Controle e prevenção
A China tornou-se referência no combate a disseminação do vírus. Jie explicou que esse resultado vem do esforço do partido em desenvolver exemplos de pioneirismo. “Ter um poder organizacional forte é a chave para prevenção e controle de epidemias. Um velho ditado chinês diz que não devemos lutar uma batalha sem preparação”, citou.
Mesmo não prevendo o que estava por vir e sem saber de que maneira o vírus atuava no organismo as equipes médicas chinesas começaram a atuar de maneira organizada e coesa até adquirir maior conhecimento sobre vírus.
“O comitê central do partido é o cérebro de tudo e considera a prevenção e controle as tarefas mais importantes a serem realizadas. Todas as adaptações eram voltadas para o povo, eles estão acima de tudo e a vida das pessoas vem em primeiro lugar”.
A prevenção e o controle da pandemia na China têm três focos principais: hospitais, comunidades e transportes. A organização usada por membros do partido é transmitida para esses setores. Como exemplo de atuação, os participantes do seminário acompanharam a visita a uma comunidade e o líder do comitê local explicou como essas diretrizes do governo funcionam na prática.
Negacionismo no Brasil
Diferentemente do trabalho desempenhado pelo PCC na China, o líder do PSB na Câmara, deputado Alessando Molon (PSB-RJ) lamentou a atitude do governo federal no combate a pandemia no Brasil. “A postura negacionista de Bolsonaro trouxe muitos embaraços para a população. O governo não estava preparado e não foi capaz de se adaptar”.
Molon também citou o trabalho realizado pelo PSB diante do descaso de Bolsonaro. “Nosso partido reuniu especialistas de várias áreas e apresentou um conjunto de 25 propostas para diminuir os impactos mais profundos da crise, dar uma resposta emergencial a população e preparar o terreno para uma retomada saudável”.
As propostas foram apresentadas ao ministro da economia e boa parte delas foi implementada pelo poder executivo “mesmo sendo o PSB um partido de clara oposição ao governo federal”, frisou.
O vice-presidente da Fundação João Mangabeira e presidente do Conselho de Ética do PSB, Alexandre Navarro, finalizou as participações do partido no seminário lembrando que em anos anteriores, quando o PIB da China teve uma queda, a nação aumentou significativamente o investimento em pesquisas, ciência, tecnologia e inovação.
“Não é de se estranhar que a China seja o maior patenteador e o país com a maior estrutura implantada de 5G no mundo, por isso está tão à frente do Brasil no combate a pandemia de coronavírus. Esse investimento resultou em uma ótima capacidade de controle e logística do movimento das pessoas via celular”, afirmou.
Espírito revolucionário
O membro da Comissão Executiva Nacional do PSB, Domingos Leonelli, também participou do seminário e parabenizou a atuação do PCC no cenário político e no combate a pandemia, além de citar o consórcio que o governo socialista do Estado de Pernambuco possui com outros Estados do nordeste para consultas ao governo chinês.
“A experiência bem sucedida da China no combate a pandemia e na retomada do desenvolvimento econômico reflete um sentido patriótico, vinculado à ideia de revolução chinesa. O espírito revolucionário do povo, liderado pelo partido, possibilitou à China uma reação mais eficiente”, afirmou Leonelli.