O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse que o ciclo de mais de 30 anos de democracia se encerra de forma “profundamente negativa” e defendeu que os cidadãos reflitam sobre crise atual para poderem “interferir” nos rumos do país em 2018.
Ele participou neste domingo (17) do Congresso Estadual do PSB do Tocantins, que reuniu lideranças socialistas e de outros partidos, prefeitos, deputados, vereadores, representantes dos movimentos sociais e militantes.
“Neste fechamento de mais de 30 anos de democracia que já vivenciamos, estamos fechando um ciclo de maneira profundamente negativa, porque faltou aos políticos o espírito público”, afirmou Siqueira.
Em seu discurso, na Assembleia Legislativa do Estado, o presidente do PSB nacional defendeu reflexão neste momento e participação no próximo ano.
“Precisamos refletir sobre o momento que vive o nosso país, para que possamos interferir em 2018, para que o país supere a crise – que é essencialmente política -, o que requer a nossa participação, a nossa indignação com o que fazem com o país e a nossa gente. Cada cidadão brasileiro não tem apenas o direito, mas o dever de interferir neste momento da vida nacional”, afirmou.

No Congresso Estadual, Carlos Amastha (ao microfone) foi reconduzido à presidência do PSB-TO. Foto: Humberto Pradera
No congresso, o prefeito da capital Carlos Amastha foi reconduzido à presidência do diretório estadual para o triênio 2017-2019. Também foram eleitos os delegados estaduais ao Congresso Nacional do PSB.
Siqueira lançou o nome de Amastha para concorrer ao governo do Estado. “Amastha é um prefeito exemplar, um homem de espírito público, que quer o bem comum, e que procura fazer sempre mais do que se espera dele”, reconheceu o presidente do PSB, que pediu o engajamento dos socialistas no projeto para 2018 no Estado.
O presidente do PSB reafirmou a necessidade de superar a crise do país que, repetiu, se trata de uma soma de várias crises, econômica, política, social, e, sobretudo, ética.
Na sua opinião, nesses 32 anos de democracia, também faltou aos homens públicos “projetos, entusiasmo e paixão”.
“A política é uma atividade que precisa de paixão, sem paixão não existe solução para os problemas. É duro fazer política, mas, ao mesmo tempo, apaixonante, e todos aqueles que fazem política de coração, querendo o bem comum, não se sentem cansados. Porque se sentem energizados pela força da população que sempre apoiou todas as soluções para o país”, disse.
Siqueira citou dois exemplos em que governantes comprometidos com o desenvolvimento do país contaram com “a determinação e o engajamento do povo”.
Um deles foi quando o presidente Getúlio Vargas decidiu criar a Petrobrás. “O (jornal) O Estado de São Paulo publicou um editorial dizendo que o presidente estava criando uma empresa de petróleo num país sem petróleo, técnicos e tecnologia. O presidente assinou a lei criando a Petrobrás, 50 anos depois esta empresa está entre as 10 maiores do mundo, dominando a tecnologia de exploração no fundo do mar”.
O povo foi às ruas, lembrou o socialista. “O presidente só teve condições de criar a Petrobrás porque a campanha do Petróleo é Nosso contou massivamente com as forças progressistas, inclusive, com o PSB, o PCB e todas as forças que quiseram sempre o desenvolvimento do país. E a Petrobrás é um sucesso”.
O outro exemplo é o da decisão do presidente Juscelino Kubitschek de construir Brasília. “Diziam ‘Brasília não vai dar certo, as árvores não vão crescer, ninguém vai querer morar nessa cidade, isso aqui é um deserto”, lembrou Carlos Siqueira.
No entanto, a nova capital foi construída, como previa a Constituição, e foi decisiva para o desenvolvimento do centro-oeste, que se transformou num celeiro de produção e de exportação de alimentos. “São homens como Vargas e JK, que têm visão, que são estadistas, os que ficam na história, que não são esquecidos. Porque fizeram a política do bem, do desenvolvimento, da evolução social do nosso país. Mas se alguém perguntar pelo nome de Café Filho muitos não sabem quem é porque nada fez para estar nas mentes e nos corações dos brasileiros”, afirmou.
Carlos Siqueira destacou ainda a importância da participação das centenas de filiados no congresso e de seu interesse em discutir os rumos de seu Estado e do país.

Militantes do partido lotaram o auditório da Assembleia Legislativa do Estado. Foto: Humberto Pradera
“É muito importante que todos vocês estejam interessados em participar da política. A mudança são vocês, a mudança somos nós que vamos fazer, a mudança requer participação, requer entusiasmo, e que cada brasileiro perceba que a crise a que levaram o nosso país não é maior que a vontade de superá-la”, disse.
Ele disse que entre tantas potencialidades do país, a que ele considera a principal é o povo que, na sua opinião, deve promover a mudança pelo voto. “Ordeiro, trabalhador, capaz, criativo, gente de qualidade, gente honesta, gente correta. E uma gente assim não pode continuar elegendo pessoas como as que estão governando o país. Não pode ter um presidente que está sendo acusado pela segunda vez de formação de quadrilha, que é antinacional, que faz políticas antipopulares, que não recebeu o voto de ninguém”, criticou.
Siqueira ponderou que o próprio PSB deve se modernizar. “Também precisamos melhorar o nosso partido, modernizá-lo, que vocês participem mais da vida do partido, que opinem, critiquem e que se sintam donos desse partido. O partido não é da cúpula, não é do presidente nem dos membros da direção”, afirmou.
O presidente salientou o orgulho de pertencer a um partido como o PSB, que completou 70 anos em 2017, “com o mesmo nome, com os mesmos ideais e os mesmos compromissos, mas sempre buscando se modernizar e ser contemporâneo”. “Nunca precisamos mudar o nome do nosso partido, nos orgulhamos do nosso partido tal como foi criado, o partido semente que agora dá frutos e germina”, disse.
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Assessoria de Comunicação/PSB Nacional