Marina Silva, candidata à Presidência pela Coligação Unidos pelo Brasil, e seu vice, Beto Albuquerque, cumpriram agenda de campanha em Pernambuco nesta segunda-feira (29), conversando com jornalistas e em comícios nas cidades de Caruaru e Recife, onde foram recebidos por políticos aliados e também pela viúva de Eduardo Campos (1965-2014), Renata Campos, e pelos cinco filhos do casal. Se por um lado a visita à terra de Campos foi marcada pela emoção, dada a recente e trágica morte do político, por outro lado Marina também tratou de temas caros à sociedade brasileira, como corrupção e homofobia.
Questionada sobre o atual escândalo envolvendo a Petrobras, Marina foi enfática ao afirmar que, eleita presidente, trabalhará por um maior rigor na investigação do caso: “Nosso compromisso é de que a Petrobras volte a ser uma empresa eficiente e competente, comprometida com a sua função de desenvolvimento econômico do país. Assumimos no nosso programa de governo que as diretorias da Petrobras não ficarão mais sujeitas ao ‘toma lá dá cá’ da lógica fisiológica do governo com os partidos”.
“Faremos a composição das diretorias da Petrobras e das agências pelo critério de comitê de busca, priorizando assim questões como competência, independência, ética e probidade, exatamente para evitar o que está ocorrendo hoje: uma empresa que tem seu valor reduzido à metade, que está endividada quatro vezes mais do que quando a presidente Dilma a encontrou, uma empresa que antes figurava nas páginas científicas e de economia e que agora não consegue sair das páginas policiais”, disse a candidata.
Ela ainda declarou que a presidente Dilma, sempre que algo dá certo, diz que o mérito é dela e. quando dá errado, trata de culpar os outros, “os prefeitos, os ministros, os governadores”. “Ou seja, ela gosta de se apropriar dos feitos alheios quando eles dão certo e não assume as suas responsabilidades quando algo dá errado”, disse Marina.
A candidata da Coligação Unidos pelo Brasil também foi questionada sobre qual é o posicionamento dela em relação às declarações homofóbicas de Levy Fidelix (PRTB) no debate de domingo entre os presidenciáveis na TV Record. Marina considera as declarações do candidato como uma visão de completa intolerância com a diversidade.
“Deve-se ter respeito às pessoas, independentemente da condição social, da cor e da orientação sexual. A Rede Sustentabilidade está avaliando com nossos advogados entrar com uma ação na Justiça em função de as declarações do candidato serem claramente contrárias ao respeito à diversidade, declarações de fato homofóbicas e inaceitáveis. Não aceitamos qualquer que seja a atitude ou manifestação política que incite o preconceito, a violência e o desrespeito com a comunidade LGBT ou com quem quer que seja”.
João Campos, filho de Eduardo Campos, mencionou no comício em Recife que seu pai apontou um caminho a ser seguido e que Eduardo e Marina fizeram o programa de governo com base nos anseios do povo: “Meu pai se transformou no que ele acreditava, nos seus ideais, nos seus sonhos. Se transformou em uma grande referência política no Brasil. Tenho certeza que, no dia 1° de janeiro, quando Marina e Beto subirem a rampa do Palácio do Planalto, vão subir com a bandeira do legado de Eduardo Campos”.
Beto Albuquerque também relembrou os princípios de Eduardo Campos: “Foi um jovem que revolucionou a política de Pernambuco. Eu convivi 24 anos intensamente com ele, que sempre me disse para não deixarmos nada pela metade. E eu quero dizer que Marina e eu vamos completar essa caminhada”.
Nas atividades em Pernambuco, Marina e Beto foram acompanhados por Paulo Câmara e Fernando Bezerra, ambos do PSB, candidatos respectivamente ao Governo de Pernambuco e ao Senado pelo Estado. Foram recepcionados pelos prefeitos de Recife e de Caruaru, respectivamente Geraldo Júlio (PSB) e José Queiroz (PDT).