Deputados que integram a CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes reuniram-se nesta semana com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, para debater o combate ao abuso sexual de meninos e meninas na cidade. A deputada Keiko Ota (PSB-SP), que sugeriu a ida a São Paulo, demonstrou preocupação com casos de exploração de crianças no entorno das obras do Itaquerão e nas proximidades do Largo do Arouche e da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).
Em relação aos arredores do futuro estádio do Corinthians, a parlamentar disse que a situação no local já era preocupante no bairro de Itaquera, mais foi agravada por conta da construção da arena esportiva. Keiko defendeu ações pontuais da polícia e de outros órgãos do estado nessas regiões.
Os parlamentares também tiveram um encontro com a secretária de Justiça de São Paulo, Eloisa de Sousa Arruda. A secretária alertou para o fato de que grande parte das crianças em situação de vulnerabilidade na cidade vem de ônibus do Amazonas (especialmente da capital, Manaus), do Pará e do Ceará. Ela secretária admitiu que é fundamental uma fiscalização mais rígida para controlar a saída dessas crianças de seus estados.
Em outra audiência, os deputados conversaram com representantes do Tribunal de Justiça, da Câmara Municipal de São Paulo e da Polícia Federal (PF). O delegado da PF, Aldo Iwata, cobrou atenção para o poder da internet no aliciamento das crianças e adolescentes de todas as classes sociais. Ele citou casos de meninos de 14 anos, geralmente do Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, que, trazidos para São Paulo, passam por um processo de feminilização, a fim de depois serem enviados à Europa para trabalhar na prostituição em regime análogo à escravidão.