A Comissão Executiva Nacional do PSB decidiu nesta quarta-feira (25), em reunião extraordinária em Brasília, suspender o mandato do presidente do diretório estadual do partido no Rio de Janeiro, o prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, e também os mandatos de toda a diretoria local.
A intervenção foi acatada por unanimidade e anunciada pelo presidente Nacional do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, atendendo a requerimento protocolado pelo Deputado Federal Glauber Braga e pelo prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, ambos do PSB do Rio de Janeiro.
Alexandre Cardoso e seu diretório também responderão, segundo a mesma decisão unânime da Executiva Nacional, a processo disciplinar junto ao Conselho de Ética do partido, este requerido pelo secretário Nacional sindical do PSB, Joílson Cardoso, como filiado e membro do partido em Duque de Caxias.
Segundo as denúncias, Alexandre Cardoso vem encaminhando novos potenciais filiados ao PSB para filiação no PMDB, partido do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e do vice-governador Luiz Fernando Pezão, publicamente apoiados por ele. Os requerimentos revelam ainda que matérias de vários jornais de circulação nacional registraram nas últimas semanas inclusive os preparativos para a ida em bloco do próprio Cardoso e de seu diretório para o PMDB.
“Isso é totalmente antiético, além de prejudicial ao partido em função da aproximação da data limite para as filiações visando às próximas eleições, que é já em 05 de outubro”, avaliou o Deputado Glauber Braga. “Alexandre Cardoso está agindo como laranja do governador e do vice-governador do Rio de Janeiro para encaminhar pessoas do PSB ao PMDB, o que é inaceitável em qualquer agremiação política”.
Para Eduardo Campos, a situação é muito grave e exige uma medida imediata. “Vamos garantir todo o direito de ampla defesa aos acusados e seguir rigorosamente o trâmite legal de nosso regimento interno, porém, também precisamos assegurar os interesses do PSB neste momento”, apontou. Cardoso e o diretório têm um prazo de oito dias úteis para apresentar sua defesa, a qual será julgada já no próximo dia 16 de outubro pela Comissão Executiva Nacional e o Conselho de Ética. “É o momento para que eles compareçam e se defendam, expliquem tal comportamento que fere frontalmente o Estatuto e o Código de Ética do PSB e coloca em risco a integridade partidária”, adiantou.
Ele destacou, entretanto, que embora as dificuldades atuais, a situação pode se reverter positiva para o partido. “Vai ser uma grande oportunidade para o PSB do Rio de Janeiro, que é o terceiro colégio eleitoral do país, se renovar, modernizar e se aliar às reais forças inovadoras locais, o que está mais de acordo com nosso perfil socialista e, também, em sintonia com as demandas das manifestações de rua de junho – que no Rio se estenderam por meses e foram das mais contundentes do país”, pontuou o líder socialista, Eduardo Campos. “Nosso partido atravessa um momento muito especial de sua história: está unido, forte e animado, essa é a hora de olharmos pra frente, para um caminho novo de se fazer política no Brasil”.