O PSB participou, na noite de quinta-feira (17), da 2ª etapa do seminário on-line promovido pelo Partido Comunista Chinês (PCC) com o tema “As práticas e experiências da reabertura econômica e cooperação pela província de Fujian”.
Participaram representantes do PCC e de outros partidos da esquerda brasileira. O PSB foi representado pelo diretor-vice presidente da Fundação João Mangabeira (FJM), Alexandre Navarro, e pelo membro da Comissão Executiva Nacional do partido, coordenador do site Socialismo Criativo e presidente do Instituto Pensar, Domingos Leonelli. A secretária nacional da Negritude Socialista (NSB), Valneide Nascimento, e o membro do diretório nacional do PSB, Manoel Neto, também estavam presentes virtualmente.
O debate foi mediado pela vice-diretora do Birô dos Assuntos da América Latina e Caribe do Departamento Internacional do Comitê Central do PCC, Fu Jie. Integrantes do Comitê Provincial do PCC em Fujian e do próprio Departamento Internacional do Comitê Central do Partido Comunista Chinês também participaram do encontro.
Apresentando Fujian
De início, um vídeo de apresentação sobre a província de Fujian, localizada a Sudoeste da China, destacou as ações tomadas pelo PCC, por meio de Xi Jinping, atual presidente da República Popular da China e secretário-geral do PCC, de prevenção e combate ao coronavírus que possibilitaram a reabertura econômica local de forma moderna e exitosa.
De acordo com o vídeo, Xi Jinping dirigiu e orientou todo o processo, sempre priorizando a vida e a saúde do povo, assumindo o controle da situação geral, adotando as mais abrangentes, rigorosas e completas medidas de prevenção controle contra a epidemia, alcançando resultados importantes nos âmbitos econômico e social. Dessa forma, mostrou as vantagens das estratégias e liderança do PCC e do sistema socialista no país.
“Diante dessa grande epidemia propusemos claramente desde o início que a vida e a saúde das pessoas deveriam ser colocadas em primeiro lugar e devemos protegê-las a todo custo”, enfatizou Xi Jinping no vídeo.
Com a definição de uma equipe formada por especialistas clínicos da província, do município e do distrito para o tratamento do coronavírus em 91 hospitais, no início de março, Fujian tornou-se a terceira província chinesa a não ter nenhum caso de internação de seus habitantes. Até o dia 20 de agosto, a província, por 174 dias consecutivos, não apresentou casos locais confirmados, suspeitos ou infecções assintomáticas.
Para Leonelli, é nítida a superioridade do regime socialista na China em comparação com o capitalismo de Donald Trumo, nos Estados Unidos, e de Jair Bolsonaro, no Brasil, no combate à pandemia do novo coronavírus.
“Se quiséssemos tomar como termo de comparação não as vidas, mas as mortes, acho que a superioridade do socialismo está absolutamente mais clara, mais forte e mais definida. A presença de um partido revolucionário num país que está construindo o socialismo de uma forma criativa e diferente, conseguindo superar até alguns parâmetros do próprio socialismo, não cometendo os erros do passado, procurando acertar crescentemente, se evidencia no número de mortes. Com 1,4 bilhão de habitantes na China, morreram pouco mais de 5 mil pessoas. Só no Brasil, já morreram mais de 140 mil pessoas. É incrível como esse número deixa claro de forma gritante as diferenças entre governos neoliberais e socialistas”, afirmou.
Ele defendeu que se aprenda com a experiência chinesa e se incorpore a ideia da necessidade de partidos revolucionários no Brasil que conduzam o governo a um processo de engajamento como o que se verificou na província de Fujian.
Retomada econômica
Fujian concentra 90% das empresas privadas da China. Para apoiar aquelas afetadas economicamente pela pandemia, a província, por meio das ações do PCC, introduziu uma série de medidas políticas: instituições financeiras foram incentivadas a ampliar sua oferta de crédito para empresas privadas, micro e médias empresas, sendo estimuladas a não rejeitarem ou pressionarem crédito sem justificativas. Também prolongou os prazos até o fim do ano como forma de reduzir o pagamento dos impostos das empresas. Nesse primeiro semestre, foram reduzidos US$ 4,9 bilhões em impostos diversos.
Com a liberação do fluxo de pessoas, logística e fundos, a confiança no retorno do trabalho aumentou. Em meados de fevereiro, 90% das empresas já retomaram a produção. Até o início de março, esse valor subiu para 98%. No fim de abril, Fujian lançou 43 medidas específicas e oito ações para a retomada da economia como, por exemplo: o aumento na produção e eficiência nas indústrias primárias, secundárias e terciárias; assistência de indústrias afetadas em empresas micro, pequenas e médias; capacitação técnica das empresas; ampliação do consumo; captação de investimento; a garantia de subsistência; entre outros.
Além disso, Fujian é a base da indústria de informação digital da costa sudeste da China. Diretor vice-presidente da FJM, Navarro destacou que a China consegue acompanhar o ritmo do mundo atual que está em constante mudança. Segundo ele, o país baseia-se em natureza, trabalho, capital e tecnologia da informação. A TI, afirma, traz o desemprego desestrutural, mas a China apresenta para o mundo a inovação e novos conhecimentos, inclusive na prevenção e combate ao coronavírus.
“A China consegue juntar hoje interpretação, leitura via TI de big data, dados de toda hipótese, algoritmos sociais dos smartphones da população e consegue, com isso saber o movimento das pessoa, a logística de estrangeiros, identificar casos suspeitos de covid e, imediatamente, ter atitudes de prevenção. O que o Brasil não consegue fazer”, criticou.
Desde março, a economia de Fujian tem se recuperado de forma constante e a retomada dos trabalhos da produção tem melhorado mês a mês. Na primeira metade do ano, o PIB regional atingiu US$ 283,1 bilhões, aumento de 0,5% em relação ao mesmo período do ano passado, chegando no segundo trimestre a 5,5%.
Mais de 110 mil membros e funcionários do PCC em todos os níveis da província foram para os lugares onde a prevenção e o controle da pandemia eram mais difíceis, no intuito de resolver as dificuldades. Cerca de 29 mil líderes lutaram todos os dias no combate à doença, 52 mil organizações básicas e mais de 1,2 milhão de membros do partido permaneceram na linha de frente.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional