Líder isolado nas pesquisas de intenção de votos, Gerado Julio (PSB) não fugiu da raia e participou do debate realizado na noite desta terça-feira (25) pela TV Jornal. Durante uma hora e meia de sabatina, o socialista apresentou suas propostas sem fugir do embate direto com os adversários quando necessário.
Em quatro blocos, Geraldo teve a oportunidade de responder às perguntas feitas pelos seus opositores, por telespectadores e por um jornalista do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC). Transmitido ao vivo pela TV e pela internet, o debate teve a mediação da jornalista Graça Araújo e a presença dos também prefeituráveis Daniel Coelho (PSDB), Mendonça Filho (DEM) e Humberto Costa (PT).
Geraldo começou o debate respondendo à pergunta: “Por que quero ser prefeito do Recife?”. Em um minuto, o socialista explicou que a cidade “não vai bem” e “exige mudança” com “soluções que melhorem a vida do povo”. Ainda no primeiro bloco, os prefeituráveis fizeram perguntas entre si.
Na sequência, o futuro prefeito questionou o candidato Humberto sobre o atendimento na area de saúde bucal pública no Recife, cuja cobertura é de apenas 28%. O petista, que foi secretário municipal de Saúde no Governo João Paulo (PT) e que indicou os secretários da pastas desde então, não conseguiu explicar.
Na réplica, Geraldo disse que “só ideias não fazem melhorar a saúde bucal dos recifenses”. “O que eu quero dizer ao candidato Humberto Costa é como ele explica que Teresina (Piauí) tem 89% de cobertura, João Pessoa tem 74% de cobertura e o Recife, cujo coordenador da campanha (Gustavo Couto) e ele foram secretários, só tem 28% de cobertura. Quem vai fazer somos nós, Humberto”, disparou.
Antes do início do segundo bloco, Geraldo teve um direito de resposta concedido pelo jurídico do debate. O motivo foi o desacatamento de uma decisão do TRE, que já havia vetado o uso do termo privatização em relação à PPP do Saneamento.
“A Justiça proibiu a candidatura de Humberto Costa de falar da Compesa, ligando meu nome à privatização ou ao aumento de tarifa. Isso é uma tentativa desesperada de atacar a qualquer maneira”, esclareceu Geraldo, que, ainda neste bloco, detalhou suas proposições para segurança pública, mobilidade e ordenamento urbano.
Após o intervalo, foi a vez do socialista saber do candidato Daniel Coelho (PSDB) qual a sua proposta para acabar com os alagamentos da cidade. O tucano tergiversou, falou de diversos assuntos, mas não respondeu a contento.
“Eu perguntei sobre alagamento e ele falou sobre publicidade, shopping centers. Só não explicou o que fará com alagamento, que se resolve com obras, fazendo reservatórios, bombeamento forçado e a drenagem das ruas”, apontou Geraldo, que comparou Daniel a um médico que sabe dar o diagnóstico, mas não consegue tratar a doença.
Perguntado por Humberto Costa (PT) sobre a participação do PSB na Prefeitura, Geraldo foi afirmativo. Disse que o seu partido faz parte da base de sustentação, mas que o comando da administração municipal cabe ao PT, ”assim como no Governo do Estado, o comando é do PSB”.
O futuro prefeito usou uma metáfora para falar do papel exercido pelo PSB na gestão municipal. “Às vezes queremos ajudar uma pessoa, mas ela não quer ser ajudada. Isso acontece na família da gente, com nossos amigos”, comparou.
No último bloco, o candidato do PSB respondeu a pergunta do jornalista Evérson Teixeira do SJCC sobre a participação dos 14 partidos que compõem a Frente Popular na sua futura administração.
“As alianças foram feitas às claras e nenhum partido fez exigência sobre ocupação de cargos na Prefeitura. Vamos formar um time selecionado com base na competência, visando a meritocracia e o resultado”, garantiu.