Os governadores socialistas Wilson Martins, do Piauí, e Ricardo Coutinho, da Paraíba, defenderam, no último final de semana, as Diretrizes para elaboração do Programa de Governo da Aliança PSB-REDE, lançadas dia 4 deste mês, em Brasília. Os correligionários garantiram apoio total ao discurso do governador de Pernambuco e presidente Nacional do PSB, Eduardo Campos, que, na ocasião, apontou soluções para se garantir um desenvolvimento econômico sustentável para o Brasil, além de demonstrar grande preocupação com a recuperação das cidades que, para essa Aliança partidária, necessitam de ambientes saudáveis, democráticos, seguros e agradáveis.
O cenário econômico desfavorável que vive o Brasil, segundo Eduardo Campos, já traz consequências negativas na área social. Para ele, “não há política social que faça justiça, num país que não tem desenvolvimento”, o que desencadeia retrocessos em muitos setores. O governador vê a sustentabilidade como o caminho único para se melhorar o dinamismo dos fundamentos macroeconômicos do Brasil, diante do quadro de desaceleração da Economia do País.
O governador Wilson Martins entende que “o planejamento econômico, pautado no desenvolvimento sustentável é imprescindível”. Para ele, “devemos aproveitar o potencial existente em cada região para fomentar atividades produtivas apropriadas, tais como a piscicultura, a fruticultura irrigada, entre outras. E esse desenvolvimento pode ser melhor aproveitado aliando o potencial dos pequenos produtores aos conhecimento científico que é desenvolvido nas universidades brasileiras”, comenta Martins.
Ricardo Coutinho vê com “profunda preocupação, a perda de competitividade do Brasil no cenário internacional, o ritmo lento da economia, que tem uma incidência direta nos indicadores sociais e nas desigualdades regionais”. Para o governador da Paraíba, esse declínio “se expressa na insuficiência da nossa logística e na ausência de planos e ações que sirvam, não apenas para uma eleição, e sim, para uma ou mais gerações”, emendou.
Segundo Eduardo Campos, “se esse processo continuar nesse diapasão, o Brasil vai perder cada vez mais altura. E quem vai pagar primeiro essa conta será, como sempre, os mais pobres, os trabalhadores das regiões mais frágeis economicamente”, refletiu o governador.
Segundo Eduardo Campos, o ritmo de crescimento da economia brasileira não acompanha o movimento de expansão das principais economias do Mundo e mesmo do nosso continente, onde o país se destacava, na última década. “Hoje, o Brasil cresce a metade do que cresceu nos oito anos do Presidente Lula. Estamos crescendo abaixo do que cresce a América Latina, abaixo do que cresce o mundo”, declarou Eduardo Campo.
Novo urbanismo e cidades seguras
Eduardo Campos avalia que, no Brasil, “hoje, há um grande estresse, na busca de serviços públicos que não têm a capacidade de resposta que gostaríamos de ver e que precisam melhorar”. Para o governador, “uma cidade precisa buscar não só indicadores de crescimento, mas indicadores de felicidade, de qualidade de vida, de cidadania, de cultura de paz”, comentou.
O governador da Paraíba também segue esse mesmo raciocínio: “Nossas cidades não conseguem mais dar as respostas mínimas às necessidades das populações urbanas. A grave crise da mobilidade num país onde se financia com fortuna de dinheiro público o transporte particular e não se consegue melhorar o transporte público, pois não se investe para o povo e sim em função dos interesses históricos de setores industriais”, diz ele. Coutinho reforça ainda o ponto alto do discurso de Eduardo Campos, falando do “compromisso com a proteção à vida, com uma política nacional de segurança pública”, como prevê o texto das Diretrizes.
O piauiense Wilson Martins avalia “que o país necessita de obras de mobilidade urbana para crescer ainda mais, mas sem esquecer de garantir melhores condições de vida para a população, além de desenvolver uma política habitacional séria e que beneficie a população mais carente. Nessa linha também temos que reforçar a segurança, garantindo uma cultura de paz e de valorização da vida entre as comunidades”, descreveu o governador.
“Se o país passar uma década crescendo a 2% [ao ano], vai acontecer o que estamos vendo hoje: o analfabetismo crescendo; a concentração de renda nas regiões mais pobres, como o Nordeste, crescendo; a desesperança; o emprego perdendo qualidade; o País perdendo competitividade e cada vez mais precisando buscar dinheiro lá fora para fechar suas contas”, concluiu Eduardo Campos.