
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirmou que o governo federal está finalizando um plano de contingência para mitigar os impactos das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Apesar dos avanços no planejamento, a prioridade do governo, segundo Alckmin, é resolver a questão antes que as novas tarifas entrem em vigor, na próxima sexta-feira (1º).
“Estamos dialogando neste momento pelos canais institucionais e com a devida reserva. Quando tiver algo a ser anunciado, vocês serão os primeiros a saber. O plano de contingência está sendo elaborado, bastante completo, bem feito, mas todo o empenho agora é para buscar resolver o problema”, declarou Alckmin, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Segundo a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), o aumento das tarifas pode impactar cerca de 10 mil empresas brasileiras exportadoras, responsáveis por aproximadamente 3,2 milhões de empregos no país.
Para responder a ameça direta a setores estragéticos da economia, especialmente à indústria e ao agronegócio, a equipe econômica trabalha em um conjunto de medidas emergenciais, que está sendo elaborado pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento, em parceria com a pasta de Alckmin. O plano deve ser apresentado ainda esta semana ao presidente da República.
Entre os principais eixos da estratégia de contenção, está a criação de linhas de crédito específicas para os setores mais afetados. A proposta envolve tanto a possibilidade de um fundo privado como o uso de financiadores públicos, com o objetivo de facilitar o acesso ao crédito para empresas que comprovarem queda na previsão de receita em função das tarifas.
Outra frente em análise é a preservação de empregos. O setor industrial já estimou a possível perda de até 110 mil postos de trabalho caso o tarifaço seja mantido. Para evitar demissões em massa, o governo estuda a criação de um programa emergencial de manutenção de empregos, nos moldes do que foi adotado durante a pandemia de covid-19, em 2020.
A expectativa no Planalto é que a combinação de diálogo diplomático e ação econômica rápida ajude a conter os efeitos negativos do aumento tarifário, mas, nos bastidores, o governo já se prepara para uma resposta mais firme, caso não haja avanço nas negociações com os Estados Unidos.






